Medicina Global e Humanitária
Infecções por Influenza Aviária A(H5N1) em Humanos: Doença Predominantemente Leve em Trabalhadores Expostos a Animais Infectados
2 Jan, 2025 | 13:53hEste estudo descreve os casos de infecção por influenza aviária A(H5N1) em adultos nos Estados Unidos, entre março e outubro de 2024, em um cenário de surtos em aves e em vacas leiteiras. A investigação foi iniciada após a observação de sinais clínicos sugestivos de infecção em profissionais que atuavam na depopulação de aves infectadas ou na ordenha e manejo de vacas com mastite por A(H5N1).
O objetivo principal foi avaliar as características clínicas, o histórico de exposição e a evolução dos casos humanos, bem como entender as possíveis vias de transmissão e a gravidade do quadro em uma população ocupacionalmente exposta.
Os métodos incluíram monitoramento de trabalhadores potencialmente expostos ao vírus, coleta de amostras respiratórias e conjuntivais de pessoas sintomáticas, além de testes laboratoriais de RT-PCR para subtipagem do vírus influenza A(H5). Entrevistas padronizadas investigaram fatores de risco e adoção de equipamentos de proteção individual (EPI).
Os resultados mostraram 46 casos confirmados em seis estados, dos quais 45 apresentavam vínculo ocupacional com animais infectados ou possivelmente infectados (20 com aves, 25 com vacas). Destes, 93% tiveram conjuntivite, cerca de 49% apresentaram febre e 36% sintomas respiratórios. Quinze pacientes (33%) tiveram apenas conjuntivite. Não houve mortes e apenas um caso sem exposição conhecida foi hospitalizado, embora por sintomas não respiratórios. A maioria dos casos recebeu tratamento com oseltamivir, iniciado em média até dois dias após o início dos sintomas. Não foi detectada transmissão sustentada de pessoa para pessoa. Entretanto, o uso de EPI foi considerado subótimo, principalmente entre profissionais de laticínios.
As conclusões indicam que, até o momento, o vírus A(H5N1) em humanos se manifestou de forma predominantemente leve nos Estados Unidos, com duração curta de sintomas e forte associação à exposição ocupacional direta. A ausência de transmissão sustentada sugere risco baixo para a população em geral, mas reforça a necessidade de vigilância ativa e aprimoramento de medidas de proteção individual.
Como implicações para a prática, recomenda-se o fortalecimento das orientações sobre uso adequado de EPI — especialmente na proteção ocular e respiratória —, a manutenção de monitoramento intensivo e a prescrição de antivirais precocemente para trabalhadores com exposição confirmada e sintomas sugestivos.
Entre os pontos fortes do estudo estão a ampla vigilância em diversos estados e a incorporação de swabs conjuntivais como ferramenta de diagnóstico. Como limitações, destaca-se a possibilidade de subnotificação de casos leves ou assintomáticos e lacunas em dados mais detalhados de exposição ocupacional.
Pesquisas futuras devem aprofundar o papel de diferentes vias de transmissão, especialmente contato com leite não pasteurizado, bem como avaliar potenciais mutações do vírus que possam influenciar a gravidade e a transmissibilidade entre humanos.
Referência
Garg S, Reinhart K, Couture A, Kniss K, Davis CT, Kirby MK, Murray EL, et al. Highly Pathogenic Avian Influenza A(H5N1) Virus Infections in Humans. New England Journal of Medicine. Publicado em 31 de dezembro de 2024. Link: https://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMoa2414610
Editorial relacionado
Ison MG, Marrazzo J. The Emerging Threat of H5N1 to Human Health. New England Journal of Medicine. Publicado em 31 de dezembro de 2024. Link: https://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMe2416323
Gestão da sepse em adultos em contextos com recursos limitados: consenso global de especialistas via método Delphi
24 Dez, 2024 | 10:27hIntrodução: Trata-se de um resumo de uma revisão/diretriz que visa fornecer declarações de prática clínica para o manejo da sepse em adultos em contextos com recursos limitados. O texto reflete um consenso internacional obtido por meio de um método Delphi, envolvendo especialistas de diversos países, com foco em recomendações aplicáveis onde o acesso a leitos de UTI, monitorização avançada, exames laboratoriais e profissionais capacitados é escasso. O objetivo principal é complementar as diretrizes existentes, propondo estratégias que considerem as peculiaridades locais, diferenças epidemiológicas e limitações estruturais.
Principais Recomendações:
- Local de cuidado e transferência
- Em caso de inexistência de UTI disponível, recomenda-se a admissão e o tratamento do paciente em setor alternativo, com monitorização mínima de sinais vitais, status neurológico e perfusão periférica.
- Antes de transferir o paciente para outro centro, garantir via aérea patente, suporte respiratório adequado, acesso venoso funcional, fluidos e administração de antimicrobianos.
- Utilizar protocolos de referência e telemedicina (quando possível) para guiar condutas em lugares sem especialista em terapia intensiva.
- Diagnóstico e parâmetros clínicos
- Usar escore qSOFA (quando aplicável) para triagem e identificação de sepse em áreas de recursos limitados, reconhecendo suas limitações.
- Avaliar perfusão tecidual por meio de tempo de enchimento capilar (TEC), nível de consciência e diurese horária.
- Monitorar diurese de forma rotineira (com cateter vesical em pacientes em choque séptico), especialmente onde a dosagem de lactato não estiver disponível.
- Reanimação hemodinâmica
- Em ausência de lactato sérico, guiar a reposição volêmica pelo TEC, diurese e sinais clínicos de perfusão.
- Aplicar testes de responsividade a fluidos, como elevação passiva de pernas, variação de pressão de pulso ou ultrassonografia, quando possível.
- Usar soluções balanceadas (ex.: Ringer lactato ou Hartmann) em vez de soro fisiológico 0,9%, preferencialmente.
- Reconhecer que em infecções tropicais (como malária, dengue) a reposição agressiva de fluidos pode ser prejudicial devido à maior permeabilidade capilar e ao risco de sobrecarga hídrica. Avaliar regularmente sinais de perfusão e diurese, ajustando o volume de acordo com a resposta clínica para evitar complicações como edema pulmonar.
- Empregar adrenalina (epinefrina) como vasopressor alternativo quando noradrenalina ou vasopressina não estiverem disponíveis.
- Na impossibilidade de acesso venoso central, vasopressores podem ser iniciados e mantidos em acesso periférico com vigilância contínua de extravasamento.
- Antimicrobianos
- Iniciar antimicrobianos em até 1 hora, sempre que houver suspeita forte de sepse ou choque séptico.
- Em áreas com limitações de exames diagnósticos, se houver suspeita de infecção grave, não retardar antibióticos.
- Em casos de suspeita de parasitas (ex.: malária), introduzir antiparasitários precocemente.
- Para encurtar duração de terapia, avaliar melhora clínica, redução de leucócitos e ausência de foco infeccioso ativo; exames adicionais (como PCT ou PCR) podem não estar disponíveis em cenários de poucos recursos.
- Suporte Respiratório
- Em insuficiência respiratória aguda hipoxêmica, utilizar ventilação não invasiva (VNI) como opção aceitável quando não houver acesso a alto fluxo nasal (HFNO), com monitorização de possíveis falhas.
Conclusão: As recomendações fornecem orientações concretas para profissionais de saúde em diversos níveis de complexidade, apoiando o reconhecimento precoce e manejo adequado da sepse em ambientes com escassez de leitos de UTI, equipamentos e recursos humanos especializados. Ao adaptar práticas baseadas em evidências às limitações locais, espera-se melhorar os resultados clínicos, reduzir mortalidade e promover maior equidade no tratamento da sepse globalmente.
Referência:
Thwaites, L., Nasa, P., Abbenbroek, B. et al. Management of adult sepsis in resource-limited settings: global expert consensus statements using a Delphi method. Intensive Care Medicine (2024). Disponível em: https://doi.org/10.1007/s00134-024-07735-7
Levofloxacina para prevenir tuberculose resistente a múltiplas drogas: resultados de ensaio clínico no Vietnã
24 Dez, 2024 | 09:49hEste estudo avaliou se um regime de seis meses de levofloxacina, comparado a placebo, poderia prevenir tuberculose em contatos domiciliares de pacientes com tuberculose resistente à rifampicina ou multidroga (MDR). A motivação foi a urgência em conter a disseminação de cepas resistentes, especialmente em regiões de alta incidência como o Vietnã.
O objetivo central consistiu em verificar se o tratamento de infecção latente por Mycobacterium tuberculosis, utilizando levofloxacina, reduziria novos casos de tuberculose confirmada bacteriologicamente em até 30 meses de seguimento. Para isso, conduziu-se um ensaio duplo-cego, em que contatos domiciliares com teste tuberculínico positivo ou comorbidades específicas (como HIV) foram alocados para receber diariamente comprimidos de levofloxacina (dose ajustada por peso) ou placebo, por 180 dias.
Os participantes foram acompanhados por até 30 meses, com visitas periódicas para avaliação clínica, adesão ao tratamento e detecção de tuberculose ativa por métodos laboratoriais (cultura e testes moleculares). Entre os 2041 participantes randomizados, 1995 (97,7%) completaram 30 meses de seguimento ou tiveram desfecho primário. A incidência de tuberculose confirmada foi de 0,6% no grupo que recebeu levofloxacina, em comparação com 1,1% no grupo placebo. Isso se traduziu em uma razão de taxas de incidência de 0,55, porém sem significância estatística. Eventos adversos de grau 3 ou 4 foram pouco frequentes e similares entre os grupos, mas reações de menor gravidade (como sintomas musculoesqueléticos) foram mais comuns com levofloxacina (31,9% vs. 13,0%). Não houve aumento de resistência a fluoroquinolonas após o uso prolongado da droga.
Concluiu-se que, embora tenha havido redução numérica de casos de tuberculose com levofloxacina, o intervalo de confiança amplo impediu afirmar eficácia definitiva. Ainda assim, o regime foi bem tolerado na maior parte dos casos e não gerou resistência adquirida preocupante. Como implicação para a prática, o estudo indica o potencial de regimes à base de fluoroquinolonas para profilaxia de contatos com tuberculose resistente, mas recomenda cautela em relação à adesão e aos possíveis efeitos adversos leves.
Entre os pontos fortes, destacam-se o desenho duplo-cego, placebo-controlado, a alta taxa de seguimento (mais de 97% dos participantes) e a criteriosa exclusão de casos de tuberculose prevalente antes da randomização. As limitações incluem a incidência de tuberculose menor que a esperada, o que reduziu o poder estatístico, e o fato de os resultados se aplicarem a uma população onde a coinfecção por HIV é baixa. Pesquisas futuras poderão envolver novas estratégias de profilaxia para contextos em que haja maior prevalência de resistência às fluoroquinolonas, bem como avaliar o impacto de regimes mais curtos ou alternativas como delamanid.
Referência (Artigo Original):
Fox GJ, Nhung NV, Binh NC, et al. Levofloxacin for the Prevention of Multidrug-Resistant Tuberculosis in Vietnam. N Engl J Med. 2024;391:2304-2314. DOI: http://doi.org/10.1056/NEJMoa2314325
Editorial Relacionado:
Dorman SE. Levofloxacin Preventive Therapy for Persons Exposed to MDR Tuberculosis. N Engl J Med. 2024;391:2376-2378. DOI: http://doi.org/10.1056/NEJMe2413531
Diretriz: Doxiciclina como Profilaxia Pós-Exposição para Prevenção de Infecções Sexualmente Transmissíveis Bacterianas
19 Dez, 2024 | 19:30hIntrodução: Este é um resumo de uma diretriz que aborda o uso da doxiciclina como profilaxia pós-exposição (doxyPEP) para prevenir infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) bacterianas, particularmente sífilis, gonorreia e clamídia, em homens que fazem sexo com homens (HSH) e mulheres transgênero com histórico de IST no último ano. A recomendação baseia-se em dados de ensaios clínicos randomizados, visando reduzir a reincidência de ISTs e suas complicações associadas.
Principais Recomendações:
- Aconselhar HSH e mulheres transgênero com pelo menos uma IST bacteriana (sífilis, gonorreia ou clamídia) nos últimos 12 meses sobre os benefícios, riscos e incertezas do uso da doxyPEP.
- Orientar esses indivíduos a tomar 200 mg de doxiciclina o mais breve possível, idealmente dentro de 72 horas após exposição sexual (oral, vaginal ou anal) desprotegida, para reduzir a probabilidade de infecção subsequente.
- Reforçar a necessidade de triagem regular de ISTs (a cada 3 a 6 meses), incluindo testes sorológicos para sífilis e HIV, bem como testes de amplificação de ácido nucleico para gonorreia e clamídia nos sítios de exposição.
- Incorporar serviços abrangentes de saúde sexual, como estratégias de redução de danos, uso de preservativos, vacinações recomendadas e vínculo com profilaxia pré-exposição ao HIV (PrEP) ou cuidados para pessoas vivendo com HIV, quando apropriado, junto à doxyPEP para otimizar os resultados preventivos.
- Considerar a extensão da doxyPEP a outras populações de alto risco, incluindo pessoas heterossexuais com ISTs recorrentes, com base no julgamento clínico e na tomada de decisão compartilhada.
- Monitorar efeitos adversos, em especial efeitos gastrointestinais, e abordar preocupações quanto à resistência antimicrobiana, mantendo vigilância quanto à possibilidade de resistência da Neisseria gonorrhoeae e outras bactérias.
- Avaliar fatores sociais e éticos, garantindo acesso equitativo à doxyPEP e minimizando potenciais danos, como estigma ou violência interpessoal.
Conclusão: A implementação da doxyPEP em populações de alto risco representa um avanço importante na prevenção de ISTs bacterianas. Ao integrar o uso profilático da doxiciclina em programas de saúde sexual abrangentes, os profissionais podem reduzir a incidência de infecções e melhorar a qualidade de vida dos pacientes, considerando cuidadosamente questões de resistência antimicrobiana, equidade de acesso e impactos sociais. Pesquisas futuras devem incluir mulheres cisgênero, homens transgênero, pessoas não binárias e outros grupos sob risco, bem como avaliar o impacto de longo prazo na resistência bacteriana.
Carga global, regional e nacional do diabetes de 1990 a 2021, com projeções de prevalência até 2050
25 Jun, 2023 | 23:13hResumo: Esta revisão sistemática analisou a carga global do diabetes, incluindo tendências, projeções e fatores de risco. Considerou dados do Global Burden of Diseases, Injuries, and Risk Factors Study, abrangendo 204 países e territórios.
Em 2021, estimou-se que 529 milhões de pessoas em todo o mundo viviam com diabetes. Regionalmente, as taxas mais elevadas foram observadas no Norte da África, no Oriente Médio e na Oceania. O diabetes tipo 2 representou 96% dos casos de diabetes e 95,4% dos DALY (anos de vida ajustados por incapacidade) de diabetes. Mais da metade dos DALY de diabetes tipo 2 globais foram atribuíveis ao alto índice de massa corporal.
As previsões sugerem que mais de 1,31 bilhão de pessoas terão diabetes até 2050, com altas taxas de prevalência no Norte da África, no Oriente Médio e na América Latina. O estudo salienta o desafio contínuo de prevenir e controlar o diabetes tipo 2, em grande parte impulsionado pelo aumento da obesidade. Uma compreensão das disparidades nos perfis de risco e nas cargas de doenças pode informar estratégias para controlar os fatores de risco do diabetes.
Editorial: Diabetes: a defining disease of the 21st century – The Lancet
Comunicado de imprensa: Global diabetes cases to soar from 529 million to 1.3 billion by 2050 – Institute for Health Metrics and Evaluation
Comentário no Twitter (fio – clique para saber mais)
Today: More than 529 million people across the globe have diabetes
In the next 30 years: 1.3 billion people are projected to have diabetes
https://t.co/gh2O0K7RY0— Institute for Health Metrics and Evaluation (IHME) (@IHME_UW) June 22, 2023
Diretrizes atualizadas da OMS | Reforços de vacinas contra a COVID-19 não são mais rotineiramente recomendados para grupos de baixo risco
30 Mar, 2023 | 12:13hResumo: O Grupo Consultivo Estratégico de Especialistas em Imunização (SAGE) da OMS revisou seu plano de vacinação contra a COVID-19 em função da variante Ômicron e da ampla imunidade populacional. O plano revisado prioriza a proteção daqueles com maior risco de doença grave e morte e introduz considerações de custo-efetividade para a vacinação de indivíduos de menor risco, como crianças e adolescentes saudáveis.
Os grupos de prioridade são classificados como alto, médio e baixo risco, com base em fatores como risco de doença grave e morte. Pessoas do grupo de alta prioridade, que incluem idosos, indivíduos com comorbidades significativas ou condições imunossupressoras, gestantes e profissionais de saúde da linha de frente, são aconselhadas a receber doses adicionais 6 ou 12 meses após a última dose. O grupo de média prioridade, que inclui adultos saudáveis sem comorbidades e crianças com comorbidades, deve receber a série primária e a primeira dose de reforço da vacina. No entanto, o SAGE não mais recomenda doses adicionais rotineiramente para este grupo, em virtude dos limitados ganhos em saúde pública.
Para o grupo de baixa prioridade, que engloba crianças e adolescentes saudáveis, as decisões de vacinação devem levar em conta fatores como prevalência e custo-efetividade. É importante observar que os benefícios para a saúde pública de vacinar crianças e adolescentes saudáveis são consideravelmente menores em comparação com vacinas essenciais estabelecidas para crianças, como vacinas contra rotavírus, sarampo e pneumococo conjugado.
Comunicado de imprensa: SAGE updates COVID-19 vaccination guidance – World Health Organization (link para o Google Tradutor)
Comentários:
WHO vaccine advisers update COVID vaccine recommendations – CIDRAP (link para o Google Tradutor)
No More COVID-19 Boosters for Healthy People, WHO Experts Recommend – Health Policy Watch (link para o Google Tradutor)
OMS pede que países adotem políticas de redução de sódio para prevenir doenças cardiovasculares
10 Mar, 2023 | 13:55hResumo: Um novo relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostrou que o mundo precisa avançar para alcançar sua meta global de reduzir a ingestão de sódio em 30% até 2025. O relatório destaca que apenas 5% dos Estados-membros da OMS possuem políticas obrigatórias e abrangentes de redução de sódio.
O sódio, encontrado em sal de cozinha e outros condimentos, aumenta o risco de doenças cardíacas, AVC e morte prematura quando consumido em excesso. Implementar políticas altamente eficazes e custo-efetivas de redução de sódio poderia salvar cerca de 7 milhões de vidas em todo o mundo até 2030.
A OMS recomenda várias políticas, incluindo a redução do teor de sódio em produtos alimentícios, a implementação de rótulos em destaque nas embalagens, a realização de campanhas de mídia em massa e a implementação de políticas públicas relacionadas a venda de alimentos.
O relatório exorta os Estados-membros a implementar políticas de redução de ingestão de sódio sem demora e pede que os fabricantes de alimentos estabeleçam metas ambiciosas para redução de sódio em seus produtos.
Artigo: WHO global report on sodium intake reduction – World Health Organization (link para o Google Tradutor)
Comunicado de imprensa: Massive efforts needed to reduce salt intake and protect lives – World Health Organization (link para o Google Tradutor)
Conteúdos relacionados:
Adding salt to foods and hazard of premature mortality – European Heart Journal
New WHO benchmarks help countries reduce salt intake and save lives – World Health Organization
WHO global sodium benchmarks for different food categories – World Health Organization
Comentário no Twitter
Eating too much salt is one of the top risk factors for heart disease, stroke, and death.
WHO’s first global report on sodium intake reduction shows only 5% of WHO Member States are protected by mandatory and comprehensive sodium reduction policies👉https://t.co/hiocdiXUiy pic.twitter.com/NXSv0oe7fn
— World Health Organization (WHO) (@WHO) March 9, 2023
Relatório | Impacto econômico do sobrepeso e obesidade ultrapassará US$ 4 trilhões até 2035
6 Mar, 2023 | 13:25hResumo:
Um recente relatório da World Obesity Federation emitiu um alerta de que o número de pessoas em todo o mundo sofrendo de sobrepeso ou obesidade poderá aumentar significativamente até 2035, ultrapassando a marca de 50%. O relatório, chamado Atlas Mundial de Obesidade 2023, também destaca o significativo impacto econômico dessa tendência, estimando que o custo do sobrepeso e da obesidade poderá atingir US$ 4,32 trilhões anualmente até 2035, equivalente a quase 3% do PIB global.
O relatório identifica ainda dois grupos em particular que estão em risco: crianças e pessoas de países de baixa renda. A obesidade infantil é uma preocupação crescente, pois o relatório prevê que ela possa mais que dobrar até 2035. Já os países de baixa renda estão enfrentando um rápido aumento na prevalência de obesidade, com 9 em cada 10 países com os maiores aumentos esperados em obesidade, sendo países de baixa ou média-baixa renda.
Relatório: World Obesity Atlas 2023
Comunicado de imprensa: Economic impact of overweight and obesity to surpass $4 trillion by 2035 (link para o Google Tradutor)
Comentário: Report: Obesity could cost the world over $4 trillion a year by 2035 – STAT (link para o Google Tradutor)
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Report: Tenfold increase in childhood and adolescent obesity in four decades
Global cost of obesity-related illness to hit $1.2tn a year from 2025
The Lancet Series: The Double Burden of Malnutrition
ECR por cluster | Impacto de uma intervenção para controlar a pressão arterial feita por profissionais de saúde comunitários não médicos
6 Mar, 2023 | 13:19hResumo:
O estudo avaliou o impacto cardiovascular de uma intervenção intensiva para a pressão arterial feita por profissionais de saúde comunitários não médicos em comparação aos cuidados usuais. O estudo randomizou 326 vilas para a intervenção ou cuidado usual e recrutou indivíduos com mais de 40 anos com hipertensão arterial.
Profissionais de saúde comunitários não médicos iniciaram e ajustaram os medicamentos anti-hipertensivos de acordo com um protocolo simples de cuidado por etapas e forneceram orientações de saúde para os pacientes no grupo de intervenção durante os 36 meses de seguimento.
O estudo constatou que a intervenção reduziu efetivamente o risco de doenças cardiovasculares e morte por todas as causas. Houve uma redução média significativa na pressão arterial sistólica (em 23,1 mmHg) e pressão arterial diastólica (em 9,9 mmHg) no grupo de intervenção em comparação com o grupo de cuidado usual, com um aumento no risco de hipotensão no grupo de intervenção.
Artigo: Effectiveness of a non-physician community health-care provider-led intensive blood pressure intervention versus usual care on cardiovascular disease (CRHCP): an open-label, blinded-endpoint, cluster-randomised trial – The Lancet (link para o resumo – $ para o texto completo) (link para o Google Tradutor)
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Cluster-Randomized Trial of Blood-Pressure Reduction in Black Barbershops
Estimativas e projeções do custo econômico global de 29 tipos de câncer em 204 países e territórios de 2020 a 2050
3 Mar, 2023 | 12:32hResumo: O estudo teve como objetivo estimar o custo econômico global e a distribuição de 29 tipos de câncer em 204 países e territórios de 2020 a 2050. Os resultados do estudo sugerem que o custo econômico global dos cânceres de 2020 a 2050 é estimado em US$25,2 trilhões. Os 5 tipos de câncer com maiores custos financeiros são: câncer de pulmão, câncer de cólon e reto, câncer de mama, câncer de fígado e leucemia. China e Estados Unidos enfrentarão os maiores custos econômicos dos cânceres, e as cargas financeiras e de saúde serão distribuídas de forma desigual entre países, regiões do mundo e grupos de renda dos países.
Comunicado de imprensa: The price of cancer – International Institute for Applied Systems Analysis (link para o Google Tradutor)
Comentário no Twitter
The estimated global economic cost of cancers in 2020–2050 is $25.2 trillion, or $2,857 per capita. Global efforts to curb the health and economic burden of cancers are urgently warranted. https://t.co/xAMOGX3Dtl
— JAMA Oncology (@JAMAOnc) February 23, 2023