Dermatologia
Ensaio Clínico de Fase 2: Terapia Baseada em CRISPR Reduz Crises de Angioedema Hereditário
28 Dez, 2024 | 14:22hO estudo “Terapia Baseada em CRISPR para Angioedema Hereditário” investigou o uso de uma nova estratégia de edição gênica, denominada NTLA-2002, em pacientes com angioedema hereditário. O angioedema hereditário é uma condição genética rara, caracterizada por episódios de inchaço graves e imprevisíveis, muitas vezes com risco de obstrução de vias aéreas. Pesquisas anteriores já apontavam para o potencial de direcionar a via da calicreína plasmática como forma de prevenir esses ataques, mas as terapias disponíveis, embora efetivas, geralmente exigem uso contínuo.
O objetivo central deste ensaio clínico de fase 1–2 foi avaliar se a administração de dose única de NTLA-2002 – uma abordagem baseada em CRISPR-Cas9 para inativar o gene KLKB1 (responsável pela produção de calicreína plasmática) – poderia reduzir a frequência de ataques de angioedema, assim como verificar a segurança e a durabilidade do efeito ao longo do tempo. Na fase 2, descrita neste artigo, 27 adultos com angioedema hereditário foram randomizados para receber dose única de 25 mg ou 50 mg de NTLA-2002, ou placebo, em um desenho 2:2:1. A maior parte dos participantes tinha histórico frequente de ataques, e não estavam utilizando profilaxia de longo prazo durante o período principal de observação (16 semanas).
Os métodos envolveram o monitoramento dos ataques por meio de um diário eletrônico e medições seriadas de parâmetros laboratoriais. A principal análise avaliou o número médio mensal de ataques do início até a semana 16, comparando os grupos de dose baixa (25 mg) e alta (50 mg) de NTLA-2002 com o placebo. Também foram observadas variáveis de segurança, farmacodinâmica (mudança nos níveis de calicreína plasmática) e qualidade de vida.
Os resultados indicaram que, dos 21 pacientes que receberam NTLA-2002 (10 com 25 mg e 11 com 50 mg), ocorreu redução substancial na frequência de ataques em comparação ao placebo (redução média de 75% e 77%, respectivamente). Aproximadamente 40% dos participantes no grupo de 25 mg e 73% no grupo de 50 mg ficaram completamente livres de ataques nas 16 semanas iniciais, enquanto ninguém no grupo placebo obteve esse resultado. Em termos de segurança, os efeitos adversos mais comuns foram leves a moderados (cefaleia, fadiga, nasofaringite), e não houve eventos adversos graves relacionados ao produto ativo. Um destaque adicional foi a redução robusta e sustentada nos níveis de calicreína plasmática, sugerindo que uma única dose de NTLA-2002 pode ter efeito duradouro.
As conclusões apontam para o potencial de uma “cura funcional” do angioedema hereditário, pois vários participantes seguiram sem retomar profilaxia após o término do período principal. Entretanto, mantém-se a necessidade de cautela e observação de longo prazo, sobretudo considerando-se que novas terapias gênicas podem apresentar custo elevado e efeitos ainda não totalmente conhecidos em populações maiores.
As implicações para a prática clínica são promissoras, pois o NTLA-2002 pode oferecer maior comodidade ao eliminar a necessidade de tratamentos contínuos. Contudo, ainda é essencial ponderar os riscos e benefícios de uma intervenção gênica irreversível, além de custos e disponibilidade. Entre os pontos fortes do estudo, destacam-se o desenho controlado e a persistência do efeito terapêutico após dose única. Já as limitações incluem um número pequeno de participantes, curto período de observação controlada (16 semanas) e ausência de avaliação em ampla diversidade populacional.
Pesquisas futuras devem centrar-se em um estudo de fase 3, de maior escala e maior duração, a fim de confirmar eficácia, segurança e impacto de longo prazo na qualidade de vida. Além disso, estudos adicionais poderão esclarecer se doses ajustadas ou abordagens combinadas podem beneficiar pacientes que apresentem resposta parcial à terapia, bem como investigar potenciais marcadores que possam indicar melhor resposta individualizada.
Referência:
Cohn DM, Gurugama P, Magerl M, Katelaris CH, Launay D, Bouillet L, Petersen RS, et al. “CRISPR-Based Therapy for Hereditary Angioedema.” New England Journal of Medicine. Publicado em 24 de outubro de 2024. DOI: http://doi.org/10.1056/NEJMoa2405734
- Editorial:
Musunuru K. “A Milestone for Gene-Editing Therapies.” New England Journal of Medicine. Publicado em 24 de outubro de 2024. DOI: http://doi.org/10.1056/NEJMe2412176
Revisão: Manejo Não Cirúrgico da Insuficiência Venosa Crônica
19 Dez, 2024 | 13:47hIntrodução: Este é um resumo de uma revisão sobre o manejo não cirúrgico da insuficiência venosa crônica, uma condição comum caracterizada por hipertensão venosa persistente, levando a sintomas como edema, varizes, alterações cutâneas e úlceras venosas. O foco principal é abordar fatores estruturais e funcionais que contribuem para a doença, considerando intervenções clínicas e comportamentais que podem melhorar a qualidade de vida e reduzir a progressão dos sintomas.
Principais Recomendações:
- Abordagem Multifatorial: Avaliar e manejar tanto causas estruturais (por exemplo, refluxo venoso segmentar) quanto funcionais (obesidade, fraqueza muscular, hipertensão venosa central).
- Terapia Compressiva: Recomendar o uso de meias de compressão graduada ou bandagens, ajustando o nível de compressão (geralmente entre 20-30 mm Hg ou maior) conforme tolerância e necessidade, visando reduzir edema e melhorar sintomas.
- Redução da Pressão Venosa Central: Incentivar a perda de peso em pacientes obesos, avaliar e manejar fatores como apneia obstrutiva do sono e disfunção diastólica cardíaca, evitando o uso excessivo de diuréticos.
- Exercícios e Elevação de Pernas: Orientar exercícios específicos para fortalecimento da musculatura da panturrilha e do pé, bem como a elevação frequente das pernas, a fim de melhorar o retorno venoso.
- Avaliação de Medicamentos Indutores de Edema: Realizar reconciliação medicamentosa, considerando que fármacos como bloqueadores de canal de cálcio e gabapentinoides podem contribuir para o edema.
- Intervenções Estruturais Seletivas: Em casos com refluxo venoso significativo associado a sintomas, considerar procedimentos endovenosos ou cirúrgicos como ablações, escleroterapia ou flebectomia, especialmente em presença de úlceras venosas não cicatrizantes.
Conclusão: O manejo não cirúrgico da insuficiência venosa crônica envolve intervenções clínicas, comportamentais e compressivas, buscando reduzir a hipertensão venosa e melhorar o retorno venoso. Abordar tanto aspectos estruturais quanto funcionais é essencial para otimizar sintomas, promover cicatrização de úlceras e melhorar a qualidade de vida do paciente.
Revisão: Manejo e Abordagem do DRESS (Drug Reaction with Eosinophilia and Systemic Symptoms)
18 Dez, 2024 | 10:55hIntrodução: O DRESS (Reação a Medicamento com Eosinofilia e Sintomas Sistêmicos) é uma reação cutânea adversa grave, mediada por células T, caracterizada por erupção cutânea extensa, febre, envolvimento de órgãos internos e eosinofilia, após exposição prolongada a um fármaco. Conhecido também como síndrome de hipersensibilidade induzida por fármacos, o DRESS frequentemente está associado a anticonvulsivantes aromáticos, alopurinol e antibióticos, entre outros. Embora raro, é uma das reações cutâneas graves mais comuns em pacientes hospitalizados, com significativa morbimortalidade, podendo levar a óbito em até 5% dos casos. O diagnóstico baseia-se em critérios clínicos, laboratoriais e na exclusão de diagnósticos diferenciais, incluindo outras reações cutâneas adversas graves, como Síndrome de Stevens-Johnson (SSJ), necrólise epidérmica tóxica (NET) e pustulose exantemática aguda generalizada (PEAG). Além disso, o DRESS cursa frequentemente com reativação viral (HHV-6, EBV, CMV) e pode resultar em sequelas a longo prazo, inclusive autoimunes.
Principais Recomendações:
- Remoção do fármaco implicado: Identificar e suspender prontamente o medicamento suspeito é a medida mais crucial.
- Suporte clínico e monitoramento multidisciplinar: Avaliação e acompanhamento contínuo da função hepática, renal, pulmonar, cardíaca e outros órgãos potencialmente envolvidos. Internação e monitoramento em unidade de terapia intensiva podem ser necessários em casos graves.
- Terapia com glicocorticoides sistêmicos: Utilizar prednisona ou equivalente (0,5-1 mg/kg/dia), com redução gradual após estabilização. Pulsoterapia pode ser considerada em casos refratários.
- Tratamentos poupadores de glicocorticoide: Em situações de risco para infecção ou complicações dos esteroides, considerar imunossupressores adicionais (ciclosporina, micofenolato) ou terapias biológicas (anti-IL-5, inibidores de JAK) em casos selecionados.
- Considerar testes diagnósticos específicos: Embora não exista teste diagnóstico validado, biópsia cutânea pode auxiliar na exclusão de outras condições. Testes de contato, intradérmicos e exames para HLA podem orientar suspeitas de drogas específicas.
- Acompanhamento a longo prazo: Monitorar pacientes após resolução do quadro, considerando a possibilidade de recaídas, reativações virais e desenvolvimento de doenças autoimunes. Suporte psicológico e monitoramento de complicações orgânicas a longo prazo são recomendados.
Conclusão: O DRESS é uma reação grave e multifacetada, que exige identificação precoce do fármaco causador, tratamento com glicocorticoides e, quando necessário, outras terapias imunomoduladoras. O acompanhamento prolongado é essencial devido aos riscos de recaídas, sequelas orgânicas e desenvolvimento de doenças autoimunes. A colaboração entre dermatologistas, alergistas, imunologistas e outros especialistas é fundamental para uma abordagem eficaz e personalizada.
ECT | Suplementação de vitamina D não mostrou impacto significativo na gravidade da psoríase
4 Abr, 2023 | 12:38hResumo: Em um ensaio clínico randomizado, duplo-cego e controlado por placebo envolvendo 122 participantes com psoríase em placas, pesquisadores investigaram os efeitos da suplementação de vitamina D durante o inverno na gravidade da psoríase. Os participantes receberam vitamina D (colecalciferol, dose de ataque de 100.000 UI seguida de 20.000 UI/semana) ou um placebo durante 4 meses. O desfecho primário foi a pontuação do Índice de Gravidade e Área da Psoríase (IGAP), com desfechos secundários incluindo Avaliação Global do Médico, IGAP autoadministrado e índices de Qualidade de Vida em Dermatologia.
O estudo não encontrou diferenças significativas nas pontuações do IGAP ou nos desfechos secundários entre os dois grupos. Os resultados sugerem que a suplementação de vitamina D não afeta a gravidade da psoríase. No entanto, escores de gravidade basais baixos e um aumento menor do que o esperado nos níveis de 25-hidroxivitamina D no grupo de intervenção podem ter influenciado os resultados, indicando que mais pesquisas podem ser necessárias levando em conta esses fatores.
Artigo: Effect of Vitamin D Supplementation on Psoriasis Severity in Patients With Lower-Range Serum 25-Hydroxyvitamin D Levels: A Randomized Clinical Trial – JAMA Dermatology (gratuito por tempo limitado) (link para o Google Tradutor)
Comentário: Vitamin D Ineffective for Psoriasis Patients with Lower Serum 25-Hydroxyvitamin D Levels in Winter – HCP Live (link para o Google Tradutor)
Comentário no Twitter
This RCT, performed in North-Norway, found no measurable effect of vitamin D supplementation on psoriasis severity during winter. Low baseline severity, & lower-than-expected rise in 25(OH)D levels in intervention group, may have affected the results. https://t.co/ip17uFQsgM
— JAMA Dermatology (@JAMADerm) March 29, 2023
FDA emite novas informações sobre casos de carcinoma de células escamosas e linfomas em torno de implantes mamários
16 Mar, 2023 | 11:25hResumo: O Food and Drug Administration (FDA) dos Estados Unidos divulgou uma atualização sobre relatos de carcinoma de células escamosas (CCE) no tecido cicatricial (cápsula) que se forma ao redor dos implantes mamários. O FDA tem conhecimento de 19 casos de CCE na cápsula ao redor do implante mamário a partir da literatura publicada, incluindo 3 relatos de mortes causadas pela doença.
Embora o FDA continue a acreditar que a ocorrência de CCE na cápsula ao redor do implante mamário seja rara, a causa, a incidência e os fatores de risco permanecem desconhecidos. Profissionais de saúde e pessoas que têm ou estão considerando implantes mamários devem estar cientes de que casos de CCE e alguns tipos de linfomas na cápsula ao redor do implante mamário foram relatados ao FDA e na literatura.
A FDA continua a solicitar que profissionais de saúde e pessoas com implantes mamários relatem casos de CCE, linfomas ou qualquer outro tipo de câncer ao redor de implantes mamários.
Comunicação de segurança FDA: Reports of Squamous Cell Carcinoma (SCC) in the Capsule Around Breast Implants – FDA Safety Communication – U.S. Food & Drug Administration (link para o Google Tradutor)
Comentário: FDA Issues Safety Communication on Reports of Squamous Cell Carcinoma in the Capsule Around Breast Implants – The ASCO Post (link para o Google Tradutor)
Conteúdos relacionados:
FDA Report: 660 Cases of Breast Implant-Associated Anaplastic Large Cell Lymphoma
Study: Long-term Outcomes of Silicone Breast Implants
Estudo do CDC | Estimativas do intervalo serial e período de incubação para a infecção pelo vírus mpox nos EUA
8 Mar, 2023 | 13:59hResumo: Casos de monkeypox foram relatados globalmente desde maio de 2022, com a maioria da transmissão ocorrendo via contato físico próximo associado a atividades sexuais de homens que fazem sexo com homens.
Este estudo apresentou as estimativas médias do intervalo serial e período de incubação para a infecção pelo vírus monkeypox com base em dados coletados de 12 departamentos de saúde dos EUA. O intervalo serial é o tempo entre o início dos sintomas em um paciente primário e o início dos sintomas em um paciente secundário. É crucial para estimar o número de reprodução efetivo e prever a incidência, ambos importantes para entender o curso de um surto e o efeito das intervenções.
Os resultados indicam que o intervalo serial médio estimado para o início dos sintomas é de 8,5 dias, enquanto o período médio de incubação estimado é de 5,6 dias.
Artigo: Interval and Incubation Period for Monkeypox Virus Infection in the United States: Findings from 12 Health Departments” – Emerging Infectious Diseases (link para o Google Tradutor)
Comentário: 8.5 days elapse between successive mpox cases, study estimates – CIDRAP (link para o Google Tradutor)
ECR fase 2 | Pembrolizumabe neoadjuvante-adjuvante melhora a sobrevida livre de eventos vs. terapia apenas adjuvante em melanoma avançado
6 Mar, 2023 | 13:17hResumo:
Este ensaio clínico randomizado de fase 2 avaliou se a administração de pembrolizumabe antes e depois da cirurgia (terapia neoadjuvante-adjuvante) aumentaria a sobrevida livre de eventos em pacientes com melanoma em estágio III ou IV ressecável, em comparação com a terapia adjuvante isolada. O estudo envolveu 313 pacientes, sendo 154 no grupo neoadjuvante-adjuvante e 159 no grupo apenas adjuvante.
Após um seguimento médio de 14,7 meses, o grupo neoadjuvante-adjuvante teve uma sobrevivência livre de eventos significativamente maior do que o grupo apenas adjuvante, com taxas similares de eventos adversos entre os grupos, sugerindo que o pembrolizumabe administrado antes e após a cirurgia pode ser uma opção de tratamento eficaz para esses pacientes.
Artigo: Neoadjuvant–Adjuvant or Adjuvant-Only Pembrolizumab in Advanced Melanoma – New England Journal of Medicine (link para o resumo – $ para o texto completo)
Comunicado de imprensa: Neoadjuvant immunotherapy improves outlook in high-risk melanoma – MD Anderson Cancer Center (link para o Google Tradutor)
Comentário no Twitter
Patients who received 3 doses of pembrolizumab before surgery and 15 doses after surgery had significantly longer event-free survival than those who received adjuvant-only therapy with 18 doses after surgery. https://t.co/qmMPV4gvSj#SkinCancer pic.twitter.com/69TDuyPAg7
— NEJM (@NEJM) March 4, 2023
ECR | A nicotinamida oral não reduz a incidência de câncer de pele em pacientes transplantados
6 Mar, 2023 | 13:14hResumo:
Este ensaio clínico randomizado investigou se a nicotinamida oral (vitamina B3) pode prevenir o câncer de pele em pacientes transplantados. O estudo recrutou 158 participantes que tiveram pelo menos dois cânceres de queratinócitos (incluindo carcinoma basocelular e espinocelular) nos últimos 5 anos, com 79 randomizados para o grupo da nicotinamida e 79 para o grupo placebo.
Após 12 meses, não houve diferenças significativas na incidência de carcinoma basocelular, carcinoma espinocelular ou queratoses actínicas. Eventos adversos e alterações em variáveis laboratoriais de sangue ou urina também foram semelhantes nos dois grupos.
Artigo: Nicotinamide for Skin-Cancer Chemoprevention in Transplant Recipients – New England Journal of Medicine (link para o resumo – $ para o texto completo)
Comentário: Oral Nicotinamide Not Beneficial in Preventing Skin Cancer in Organ Transplant Recipients – Dermatology Times (link para o Google Tradutor)
Estudo relacionado: A Phase 3 Randomized Trial of Nicotinamide for Skin-Cancer Chemoprevention – New England Journal of Medicine
Surto de Mpox em casos avançados de HIV: série global de casos revela maior mortalidade e complicações clínicas
23 Fev, 2023 | 15:11hResumo: Este artigo discute uma série de casos que investigou a varíola dos macacos (o novo nome é “Mpox”) em pessoas com HIV e contagem baixa de células CD4. O surto de Mpox em 2022 afetou uma porcentagem significativa de pessoas vivendo com HIV, e os dados sugerem infecções mais graves e maior mortalidade em pessoas com HIV mais avançado. A série de casos incluiu 382 casos confirmados de Mpox em pessoas vivendo com HIV de 19 países. As pessoas incluídas foram predominantemente homens cisgêneros, com idade média de 35 anos. A maioria das pessoas era aderente à terapia antirretroviral, e a contagem média de CD4 foi de 211 células/mm3. Complicações graves foram mais comuns em pessoas com contagem mais baixa de células CD4, incluindo lesões necrosantes na pele, envolvimento pulmonar, infecções secundárias e sepse. Aproximadamente 28% das pessoas foram hospitalizadas, e 25% dos hospitalizados morreram. Todas as mortes ocorreram em pessoas com contagem de CD4 inferior a 200 células/mm3. O estudo reforça a importância dos testes de HIV e CD4 em casos de Mpox, priorização da vacinação preventiva contra Mpox em pessoas com HIV e contagem de células CD4 inferior a 200 células/mm3 e uso de antivirais potenciais contra Mpox quando disponíveis. Os autores sugerem que uma forma grave, disseminada e necrosante de Mpox deve ser considerada uma condição definidora de AIDS nas classificações de doenças do HIV do CDC e da OMS. Os médicos também devem estar cientes de que o início da terapia antirretroviral em pessoas com HIV avançado e Mpox pode contribuir para a deterioração e possível morte, possivelmente como parte de uma síndrome de reconstituição imunológica.
Artigo: Mpox in people with advanced HIV infection: a global case series – The Lancet (necessário cadastro gratuito) (link para o Google Tradutor)
Comunicado de imprensa: Clinicians identify severe form of mpox with high mortality in people with advanced HIV – Queen Mary University of London (link para o Google Tradutor)
Comentário: Mpox: Clinicians identify severe form with high mortality in advanced HIV patients – The BMJ (link para o Google Tradutor)
Comentário da autora no Twitter (fio – clique para saber mais)
📣 📣 Our global case series on MPOX in people with advanced HIV infection is at #CROI2023 and in @TheLancet today: 382 cases of human MPOX infection in PLWH with CD4 counts <350 cells/mm3 in 19 countries
**We found MPOX is an opportunistic pathogen** /1https://t.co/WodDN4Ujoj pic.twitter.com/IlK7viABmy— Chloe Orkin (@profchloeorkin) February 21, 2023
Relatório da OMS | Tendências globais no surto de Mpox de 2022-23
23 Fev, 2023 | 15:10hResumo: O relatório fornece uma visão geral do surto de varíola dos macacos (Mpox) de 2022-23 em todo o mundo, conforme relatado à OMS até 18 de fevereiro de 2023. O relatório concentra-se em casos confirmados por laboratório e menciona que 86.019 casos e 1.389 casos prováveis, incluindo 96 mortes, foram relatados à OMS por 110 Estados membros em todas as seis regiões da OMS, incluindo alguns países sem transmissão anterior documentada de Mpox. O surto tem afetado principalmente homens que têm relações sexuais com homens, e não há sinal de transmissão sustentada além dessas redes. O Diretor-Geral da OMS determinou que este surto continua a constituir uma emergência de saúde pública de preocupação internacional e emitiu recomendações temporárias revisadas em relação ao surto.
Relatório: 2022-23 Mpox (Monkeypox) Outbreak: Global Trends – World Health Organization (link para o Google Tradutor)