Acesso livre
Acesso livre

Tumores Gastrintestinais

Meta-análise: Um dia de dieta com baixo resíduo tem eficácia semelhante à de múltiplos dias na limpeza intestinal para colonoscopia

26 Dez, 2024 | 15:28h

Este estudo apresenta uma meta-análise que investigou se a adoção de um dia de dieta com baixo resíduo (DBR) é tão eficaz quanto seguir vários dias desse regime na preparação para colonoscopia. O contexto parte da necessidade de limpeza intestinal adequada, fundamental para a detecção e prevenção de patologias colorretais, incluindo pólipos e adenomas. Embora diretrizes recentes apoiem o uso de DBR, ainda não há consenso claro sobre a duração ideal (1 dia ou mais de 1 dia) para otimizar a preparação e melhorar a experiência do paciente.

O objetivo principal foi comparar a eficácia de 1 dia de DBR com mais de 1 dia de DBR em termos de qualidade da limpeza intestinal e de taxas de detecção de pólipos e adenomas. Para isso, foram incluídos seis estudos clínicos randomizados, com um total de 2.469 participantes adultos que se submeteram à colonoscopia por diferentes indicações clínicas. O desenho geral envolveu a prescrição de DBR por um ou vários dias, associada a diferentes soluções de preparo (por exemplo, polietilenoglicol com ou sem ascorbato, podendo incluir outras substâncias auxiliares). A comparação entre os grupos enfatizou taxas de preparo adequado, detecção de pólipos e adenomas, e tempos de retirada do colonoscópio.

Os resultados mostraram que a taxa de limpeza adequada, avaliada principalmente pelo Boston Bowel Preparation Scale (BBPS), foi semelhante entre o grupo de 1 dia de DBR (87,2%) e o grupo de múltiplos dias (87,1%). Não se observaram diferenças estatisticamente significativas na detecção de pólipos nem na de adenomas. Além disso, o tempo de retirada do colonoscópio e a taxa de intubação cecal mostraram resultados equiparáveis entre as duas estratégias de dieta.

Em termos de conclusões, o estudo reforça que um período mais curto de DBR (apenas 1 dia) pode ser suficientemente eficaz para garantir visualização adequada do cólon, sem comprometer as taxas de detecção de lesões importantes. Assim, a adoção de 1 dia de DBR surge como uma alternativa prática e segura, podendo facilitar a adesão dos pacientes, reduzir a carga alimentar restritiva e otimizar o fluxo de procedimentos nos serviços de endoscopia.

Nas implicações para a prática clínica, ressalta-se que o menor tempo de restrição pode aumentar o conforto e a cooperação do paciente, sem queda na qualidade da limpeza. Contudo, a decisão final deve considerar condições específicas, como constipação crônica e comorbidades, além das preferências individuais.

Entre os pontos fortes do estudo, destaca-se a inclusão exclusiva de ensaios clínicos randomizados, o que reforça a confiabilidade dos achados. A heterogeneidade foi baixa ou ausente nos principais desfechos, indicando boa consistência metodológica. Como limitações, houve variação nos protocolos de DBR (inclusive quanto aos cardápios adotados) e diferenças quanto a desfechos secundários avaliados. Ademais, alguns estudos apresentaram risco de viés por seleção ou métodos de análise.

Para pesquisas futuras, sugere-se ampliar a investigação de desfechos econômicos (custos com preparo), adesão dos pacientes (satisfação, conforto) e possíveis diferenças em grupos específicos (por exemplo, pessoas idosas ou constipadas). Investigações adicionais sobre a composição exata da DBR em diferentes contextos culturais podem auxiliar na elaboração de diretrizes mais detalhadas.

Referência
Putri RD, Amalia F, Utami FA, Pamela Y, Syamsunarno MRAA. One-day low-residue diet is equally effective as the multiple-day low-residue diet in achieving adequate bowel cleansing: a meta-analysis of randomized controlled trials. Clinical Endoscopy. 2024. DOI: https://doi.org/10.5946/ce.2024.061

 


Estudo Randomizado: Omissão de Drenagem Profilática após Gastrectomia Aumenta a Necessidade de Procedimentos Invasivos Pós-Operatórios

25 Dez, 2024 | 09:54h

Este estudo investigou se a omissão de drenagem profilática após gastrectomia por câncer poderia manter a mesma segurança em relação à necessidade de reoperações ou drenagens adicionais. Esse é um tema relevante, pois a literatura mais antiga e protocolos de recuperação acelerada (ERAS) questionam o uso rotineiro de drenos, embora muitos serviços ainda os utilizem para prevenir ou identificar complicações intra-abdominais.

A pesquisa foi conduzida em 11 centros na Itália, incluindo hospitais universitários e comunitários, envolvendo 390 pacientes com indicação de gastrectomia subtotal ou total por neoplasia gástrica. Eles foram randomizados para receber ou não um dreno no final da cirurgia, com acompanhamento de 30 e 90 dias. O desfecho primário foi a necessidade de reoperação ou drenagem percutânea até 30 dias após o procedimento cirúrgico. A hipótese inicial era de não inferioridade ao omitir o dreno, considerando uma margem pré-estabelecida.

Os resultados mostraram que 15 pacientes (7,7%) no grupo com dreno e 29 (15%) no grupo sem dreno necessitaram de reoperação ou drenagem percutânea em até 30 dias, evidenciando maior risco de procedimentos invasivos na ausência de dreno. Esse aumento esteve relacionado, principalmente, a reoperações, pois a necessidade de drenagem percutânea foi semelhante em ambos os grupos. As complicações associadas ao uso do dreno foram pouco frequentes (2%). Não houve diferença significativa na incidência total de complicações cirúrgicas ou na taxa de fístulas anastomóticas e duodenais, porém o grupo sem dreno apresentou mais reoperações e maior mortalidade hospitalar. A duração de internação e as taxas de reinternação foram semelhantes entre os grupos.

O estudo concluiu que a prática de não colocar dreno profilático pode elevar o risco de intervenções invasivas no pós-operatório, especialmente quando se considera a realidade de hospitais com menor volume ou infraestrutura limitada. Embora diretrizes anteriores, como as do ERAS, desestimulem o uso rotineiro de drenagem, estes achados reforçam a necessidade de reavaliar tais recomendações em gastrectomias, sobretudo em casos de gastrectomia total, que apresentam anastomoses mais complexas.

Na prática clínica, esses resultados chamam a atenção para individualizar a decisão sobre o dreno, levando em conta o perfil de risco do paciente, a experiência da equipe cirúrgica e a disponibilidade de suporte hospitalar. O dreno não reduziu o tempo de internação nem o número total de complicações, mas proporcionou detecção mais precoce de algumas situações e, principalmente, evitou reoperações em determinados cenários.

Entre os pontos fortes, destaca-se o delineamento multicêntrico com número robusto de participantes e adoção de definições padronizadas para complicações. Entre as limitações, cita-se a ausência de investigação sobre níveis de amilase no dreno e a impossibilidade de “cegamento” absoluto após a cirurgia, o que pode interferir em algumas decisões pós-operatórias. Pesquisas futuras podem focalizar subgrupos de maior risco, a exemplo de gastrectomias totais ou de casos com neoadjuvância mais agressiva, para verificar se há perfil de pacientes que mais se beneficiam do dreno profilático.

Referência
Weindelmayer J, Mengardo V, Ascari F, et al. Prophylactic Drain Placement and Postoperative Invasive Procedures After Gastrectomy: The Abdominal Drain After Gastrectomy (ADIGE) Randomized Clinical Trial. JAMA Surg. Publicado online em 27 de novembro de 2024. DOI: http://doi.org/10.1001/jamasurg.2024.5227

Comentário Editorial
Coffey MR, Lambert KE, Strong VE. Refrain From the Drain? The ADIGE Trial Brings Gastrectomy to the Debate. JAMA Surg. Publicado online em 27 de novembro de 2024. DOI: http://doi.org/10.1001/jamasurg.2024.5228

 


Atualização da AGA sobre Triagem e Vigilância em Indivíduos com Maior Risco de Câncer Gástrico nos EUA: Revisão de Especialistas

25 Dez, 2024 | 08:05h

Introdução: O presente documento, publicado pela American Gastroenterological Association (AGA), aborda estratégias de prevenção primária e secundária do câncer gástrico (CG) em populações de alto risco nos Estados Unidos. Apesar de a incidência geral do CG ter diminuído em algumas regiões, certos grupos raciais, étnicos e imigrantes de primeira geração provenientes de áreas com alta prevalência de CG permanecem vulneráveis. O objetivo principal desta revisão é fornecer orientações de melhores práticas para triagem endoscópica, vigilância de lesões pré-malignas e rastreamento de Helicobacter pylori, de forma a reduzir a morbidade e mortalidade relacionadas ao CG.

Principais Recomendações:

  1. Populações de alto risco: Incluem imigrantes de primeira geração de áreas com alta incidência de CG, indivíduos com histórico familiar de CG em parentes de primeiro grau e aqueles com síndromes hereditárias associadas ao câncer gastrointestinal.
  2. Método de triagem preferencial: A endoscopia digestiva alta (EDA) é o exame recomendado para rastrear e vigiar condições pré-malignas (atrofia gástrica e metaplasia intestinal) e neoplasias gástricas iniciais, permitindo biópsias e estadiamento tecidual.
  3. Qualidade do exame endoscópico: O uso de equipamentos de alta definição, limpeza adequada da mucosa gástrica, tempo suficiente de inspeção e realização de biópsias sistemáticas (por exemplo, protocolo de Sydney ampliado) são fatores críticos para melhor detecção de lesões.
  4. Erradicação do H. pylori: Além da triagem endoscópica, a erradicação do H. pylori constitui estratégia fundamental de prevenção primária (reduzindo a incidência) e secundária (evitando evolução de lesões pré-malignas).
  5. Obtenção de biópsias sistemáticas: Em casos de suspeita de atrofia ou metaplasia, devem ser colhidas pelo menos cinco biópsias do antro/incisura e do corpo gástrico em frascos separados, mais amostras adicionais de áreas suspeitas.
  6. Capacitação na detecção de metaplasia e displasia: A familiaridade do endoscopista com a aparência endoscópica da metaplasia intestinal e da displasia é essencial; em muitos casos, o treinamento específico e o uso de tecnologias de imagem (por exemplo, narrow band imaging) aumentam a acurácia diagnóstica.
  7. Estratificação de risco e vigilância: A decisão sobre intervalos de vigilância endoscópica (por exemplo, a cada 3 anos) deve levar em conta a gravidade e extensão da atrofia/metaplasia, presença de displasia e fatores adicionais (história familiar, tabagismo, entre outros).
  8. Manejo da displasia: Toda displasia deve ser confirmada por patologista gastrointestinal experiente. Lesões suspeitas ou confirmadas (p. ex., displasia de alto grau ou câncer gástrico precoce) devem ser encaminhadas para centros com expertise em ressecção endoscópica (dissecção endoscópica submucosa).
  9. Rastreamento de familiares: A triagem para H. pylori em contactantes próximos de indivíduos infectados pode aumentar as taxas de erradicação familiar e diminuir a recidiva.
  10. Descontinuação de rastreamento: A triagem e a vigilância devem ser interrompidas em pacientes sem condições clínicas de se submeterem a procedimentos endoscópicos ou cirúrgicos curativos.
  11. Equidade na saúde e abordagens personalizadas: Para reduzir disparidades, a avaliação de risco deve considerar fatores como raça, etnia, local de origem, condições socioeconômicas e acesso à saúde, visando um cuidado sob medida para cada indivíduo.

Conclusão: A implementação de um programa efetivo de rastreamento e vigilância do CG nos Estados Unidos depende de três pilares: identificação adequada dos indivíduos de risco (incluindo erradicação do H. pylori), realização de endoscopias de alta qualidade e seguimento apropriado dos achados, com intervalos de vigilância personalizados. A abordagem multifatorial, incluindo políticas de saúde que favoreçam o acesso ao diagnóstico precoce, pode impactar significativamente a mortalidade por CG, promovendo equidade e melhores desfechos clínicos.

Referência:
Shah SC, Wang AY, Wallace MB, Hwang JH. AGA Clinical Practice Update on Screening and Surveillance in Individuals at Increased Risk for Gastric Cancer in the United States: Expert Review. Gastroenterology. Publicado online em 23 de dezembro de 2024.
Link DOI: https://doi.org/10.1053/j.gastro.2024.11.001

 


Comparação de regimes de quimioterapia de primeira linha em câncer pancreático localmente avançado ou metastático irressecável: revisão sistemática e meta-análise em rede Bayesiana

22 Dez, 2024 | 14:39h

Contexto: O adenocarcinoma ductal de pâncreas (PDAC) permanece altamente letal, com cerca de 80% dos casos diagnosticados em estágio localmente avançado ou metastático. Desde o uso de gemcitabina isolada em 1997 como padrão de cuidado, houve aprovação de novas combinações (p. ex., FOLFIRINOX e gemcitabina mais nab-paclitaxel), mas comparações diretas entre esses esquemas ainda são escassas. Recentemente, o regime NALIRIFOX obteve resultados positivos em comparação com gemcitabina mais nab-paclitaxel. Entretanto, não há consenso claro sobre qual combinação deve ser preferida.

Objetivo: Avaliar e comparar, por meio de revisão sistemática e meta-análise em rede, a eficácia e a segurança dos principais regimes quimioterápicos de primeira linha para PDAC localmente avançado ou metastático, fornecendo uma hierarquia baseada em sobrevida livre de progressão (SLP), sobrevida global (SG) e toxicidade.

Métodos: As bases PubMed, Cochrane Central, Embase e sites de congressos oncológicos foram pesquisados até 15 de novembro de 2023. Foram incluídos ensaios clínicos randomizados de fase 2–3, publicados a partir de 2000, em pacientes sem tratamento prévio para PDAC irressecável. Os desfechos principais foram SLP e SG; dados de resposta objetiva e eventos adversos grau 3–4 também foram analisados. As análises foram conduzidas em modelo Bayesiano, comparando hazard ratios (HRs) ou odds ratios (ORs) e ordens de classificação (SUCRA). O risco de viés foi avaliado pela ferramenta RoB 2 e a qualidade da evidência pelo GRADE.

Resultados: Um total de 79 ensaios (22.168 pacientes) foi incluído. Em comparação à gemcitabina isolada, os regimes com maior benefício em SLP foram gemcitabina mais nab-paclitaxel em alternância com FOLFOX (HR 0,32), PAXG (0,35) e NALIRIFOX (0,43), seguidos por FOLFIRINOX (0,55) e gemcitabina mais nab-paclitaxel (0,62). Achados semelhantes foram observados para SG, com PAXG (HR 0,40), gemcitabina mais nab-paclitaxel alternado com FOLFOX (0,46) e NALIRIFOX (0,56) no topo da classificação. Entre os regimes triplet, NALIRIFOX apresentou perfil de menor toxicidade hematológica, enquanto FOLFIRINOX e combinações com nab-paclitaxel tiveram maior incidência de neuropatia e diarreia. A maioria dos estudos foi classificada como baixo risco ou risco de viés moderado, e a certeza geral da evidência foi considerada baixa.

Conclusões: Os resultados reforçam que triplet ou quadruplet (p. ex., NALIRIFOX ou FOLFIRINOX) podem ser opções preferenciais para pacientes que tolerem regimes mais intensivos, enquanto gemcitabina mais nab-paclitaxel permanece como alternativa importante para aqueles com pior estado geral. Estudos fase 3 adicionais, especialmente sobre regimes quádruplos ou estratégias sequenciais, são necessários.

Implicações para a Prática: A escolha do regime deve levar em conta o perfil de toxicidade, custo-benefício e características individuais do paciente. Pacientes aptos a esquemas intensivos podem se beneficiar de triplet ou quadruplet, ao passo que os demais podem receber gemcitabina mais nab-paclitaxel. O acompanhamento cuidadoso de efeitos adversos e a atenção à qualidade de vida são cruciais, dada a sobrevida ainda limitada nessa população.

Pontos Fortes e Limitações do Estudo: Pontos fortes incluem a abrangência da busca, com 79 ensaios e 22.168 pacientes, além do uso de múltiplas análises de sensibilidade. Entre as limitações estão a heterogeneidade dos estudos (fases 2 e 3, diferentes populações), ausência de dados individuais e variações nos critérios de avaliação de resposta e toxicidade. A maioria dos ensaios não realizou revisão central independente das imagens.

Pesquisas Futuras: São necessárias comparações diretas em fase 3 envolvendo NALIRIFOX, FOLFIRINOX, gemcitabina mais nab-paclitaxel e regimes quádruplos. Outras áreas de investigação incluem a identificação de biomarcadores de resposta e estratégias de quimioterapia sequencial, bem como a adoção precoce de cuidados paliativos.

Referência: Mastrantoni L, Chiaravalli M, Spring A, et al. Comparison of first-line chemotherapy regimens in unresectable locally advanced or metastatic pancreatic cancer: a systematic review and Bayesian network meta-analysis. The Lancet Oncology. 2024;25(12). DOI: http://doi.org/10.1016/S1470-2045(24)00511-4

 


Estudo revela uso excessivo de colonoscopia de vigilância em idosos com expectativa de vida limitada

23 Mar, 2023 | 11:14h

Resumo: Este estudo investigou a associação entre a expectativa de vida estimada, achados de colonoscopia de vigilância e as recomendações de acompanhamento em idosos. O estudo utilizou dados do registro de colonoscopia de New Hampshire e incluiu adultos com mais de 65 anos que realizaram colonoscopia de vigilância para pólipos anteriores.

A expectativa de vida foi estimada usando um modelo de previsão validado e categorizada em três grupos: menos de 5 anos, de 5 a menos de 10 anos e 10 anos ou mais.

Dos 9.831 adultos incluídos no estudo, 8% tinham pólipos avançados ou câncer colorretal. Entre os 5.281 pacientes com recomendações disponíveis, 86,9% foram aconselhados a retornar para uma colonoscopia futura. Surpreendentemente, 58,1% dos idosos com expectativa de vida inferior a 5 anos também foram recomendados para retornar para colonoscopia de vigilância futura.

O estudo concluiu que muitos idosos com expectativa de vida limitada ainda são recomendados para colonoscopia de vigilância futura. Esses dados podem ajudar a refinar a tomada de decisão sobre a realização ou a interrupção da colonoscopia de vigilância em idosos com histórico de pólipos.

Artigo: Association of Life Expectancy With Surveillance Colonoscopy Findings and Follow-up Recommendations in Older Adults – JAMA Internal Medicine (link para o resumo – $ para o texto completo) (link para o Google Tradutor)

Página do paciente JAMA: What Should I Know About Stopping Routine Cancer Screening? (link para o Google Tradutor)

 

Comentário no Twitter

 


RCT | A sobrevida livre de recidiva em 5 anos é comparável entre gastrectomia distal laparoscópica vs. aberta em câncer gástrico avançado

22 Mar, 2023 | 11:36h

Resumo: O ensaio clínico randomizado JLSSG0901 teve como objetivo comparar os resultados de sobrevida em 5 anos da gastrectomia distal assistida por laparoscopia (GDAL) e da gastrectomia distal aberta (GDA) com dissecção de linfonodos D2 para câncer gástrico localmente avançado.

O estudo envolveu 507 pacientes de 37 institutos no Japão. O desfecho primário foi a sobrevida livre de recidiva em 5 anos. Os resultados mostraram que as taxas de sobrevida livre de recidiva em 5 anos foram de 73,9% e 75,7% para os grupos GDA e GDAL, respectivamente, confirmando a não inferioridade da GDAL, e não foram observadas diferenças significativas nas complicações pós-operatórias graves entre os dois grupos.

O estudo concluiu que a GDAL com dissecção de linfonodos D2, quando realizada por cirurgiões qualificados, mostrou-se não inferior à GDA e pode se tornar um tratamento padrão para câncer gástrico localmente avançado.

Artigo: Five-Year Survival Outcomes of Laparoscopy-Assisted vs Open Distal Gastrectomy for Advanced Gastric Cancer: The JLSSG0901 Randomized Clinical Trial – JAMA Surgery (link para o resumo – $ para o texto completo) (link para o Google Tradutor)

Conteúdos relacionados:

Laparoscopic vs. open distal gastrectomy for locally advanced gastric cancer: A systematic review and meta-analysis of randomized controlled trials – Frontiers in Surgery

Laparoscopic vs Open Distal Gastrectomy for Locally Advanced Gastric Cancer: 5-Year Outcomes of the KLASS-02 Randomized Clinical Trial – JAMA Surgery

Short-and long-term outcomes of laparoscopic versus open gastrectomy in patients with gastric cancer: a systematic review and meta-analysis of randomized controlled trials – World Journal of Surgical Oncology

Laparoscopic versus open distal gastrectomy for gastric cancer: A systematic review and meta-analysis – Surgery

Laparoscopic vs Open Distal Gastrectomy for Locally Advanced Gastric Cancer: Five-Year Outcomes From the CLASS-01 Randomized Clinical Trial – JAMA Surgery

Laparoscopic Versus Open Gastrectomy for Gastric Cancer (LOGICA): A Multicenter Randomized Clinical Trial – Journal of Clinical Oncology

Morbidity and Mortality of Laparoscopic vs Open Total Gastrectomy for Clinical Stage I Gastric Cancer: The CLASS02 Multicenter Randomized Clinical Trial – JAMA Oncology

Survival outcomes after laparoscopy-assisted distal gastrectomy versus open distal gastrectomy with nodal dissection for clinical stage IA or IB gastric cancer (JCOG0912): a multicentre, non-inferiority, phase 3 randomised controlled trial – The Lancet Gastroenterology & Hepatology

Effect of Laparoscopic Distal Gastrectomy vs Open Distal Gastrectomy on Long-term Survival Among Patients With Stage I Gastric Cancer: The KLASS-01 Randomized Clinical Trial – JAMA Oncology

 

Comentário no Twitter

https://twitter.com/JAMASurgery/status/1636034546842968067

 


Estudo sugere que há pouco valor adicional em se fazer TC de pelve no acompanhamento após o tratamento do carcinoma hepatocelular

23 Fev, 2023 | 15:07h

Resumo: O estudo investigou o valor adicional da cobertura pélvica na tomografia computadorizada (TC) de acompanhamento do fígado na detecção de metástases pélvicas ou tumores incidentais em pacientes tratados para carcinoma hepatocelular (CHP). O estudo observou que a incidência de metástase pélvica isolada ou tumor pélvico incidental foi baixa em pacientes tratados para CHP. As taxas cumulativas de metástase pélvica isolada e tumor pélvico incidental foram de 1,4% e 0,5%, respectivamente, em 3 anos. Apenas o estágio T basal foi associado a um risco aumentado de metástase pélvica isolada. O estudo concluiu que excluir a TC da pelve pode reduzir a dose de radiação e diminuir a carga de trabalho para os radiologistas. No entanto, o estudo tem limitações, sendo retrospectivo e de único centro. Portanto, mais pesquisas são necessárias para estudar a estratégia de acompanhamento ideal e o efeito da cobertura de TC pélvica na sobrevida de pacientes com CHP.

Artigo: Added Value of Pelvic CT after Treatment of HCC – Radiology

Comentário: Is Follow-Up Pelvic CT Coverage Necessary for Patients Treated for Hepatocellular Carcinoma? – Diagnostic Imaging

 


RCT | Gastrectomia proximal laparoscópica com reconstrução de duplo trajeto vs. gastrectomia total em câncer gástrico precoce do terço superior

23 Fev, 2023 | 15:01h

Resumo: Este estudo randomizado examinou se a gastrectomia proximal laparoscópica com reconstrução de duplo trajeto (GPL-DT) é um tratamento cirúrgico superior à gastrectomia total laparoscópica (GTL) para pacientes com câncer gástrico precoce (CG) no terço superior do estômago. O estudo constatou que a GPL-DT resultou em quantidades significativamente menores de suplementação de vitamina B12, mas não houve diferença significativa na hemoglobina em comparação com a GTL. O estudo também não encontrou diferenças nas taxas de complicações ou nas taxas de sobrevivência global e livre de doença entre os dois grupos. O estudo sugere que a GPL-DT pode ser uma alternativa de procedimento que preserva a função para o tratamento de pacientes com CG precoce do terço superior.

Artigo: Effect of Laparoscopic Proximal Gastrectomy With Double-Tract Reconstruction vs Total Gastrectomy on Hemoglobin Level and Vitamin B12 Supplementation in Upper-Third Early Gastric Cancer: A Randomized Clinical Trial – JAMA Network Open (link para o Google Tradutor)

 

Comentário no Twitter

 


Estudo de coorte | Risco de neoplasias malignas do trato gastrintestinal após transplante de medula óssea

31 Jan, 2023 | 11:53h

Malignant Neoplasms of the Gastrointestinal Tract After Blood or Marrow Transplant – JAMA Oncology (link para o resumo – $ para o texto completo)

Comentário: Risk of Subsequent Gastrointestinal Tract Malignancies After Blood or Marrow Transplantation – The ASCO Post

 

Comentário no Twitter

 


Estudo de coorte | Prevalência da neoplasia colorretal 10 ou mais anos após uma colonoscopia de rastreamento negativa em 120.000 repetições desses exames

23 Jan, 2023 | 13:34h

Prevalence of Colorectal Neoplasia 10 or More Years After a Negative Screening Colonoscopy in 120 000 Repeated Screening Colonoscopies – JAMA Internal Medicine

Comentários:

Prevalence of Colorectal Cancers Low 10 Years Following Negative Screening Test – HCP Live

Risk for Advanced Neoplasm Low 10+ Years After Negative Colonoscopy – HealthDay

 

Comentário no Twitter

 


Mantenha-se atualizado em sua especialidade

 

Escolha quantas especialidades quiser.