Dor
M-A | Evidência limitada para eficácia dos analgésicos no tratamento de lombalgia aguda inespecífica
29 Mar, 2023 | 11:28hResumo: Esta revisão sistemática e metanálise em rede teve como objetivo avaliar a eficácia e a segurança de vários medicamentos analgésicos no tratamento de lombalgia aguda não específica. Após examinar 98 ensaios clínicos randomizados com mais de 15.000 participantes, o estudo constatou que a qualidade das evidências para eficácia e segurança desses medicamentos é baixa ou muito baixa.
Alguns medicamentos analgésicos mostraram potencial na redução da intensidade da dor, mas a evidência foi limitada pelo risco de viés nos estudos e pela imprecisão nas estimativas do efeito. Além disso, verificou-se que certos medicamentos podem aumentar o risco de eventos adversos durante o tratamento, com evidências variando de moderada a muito baixa confiança nos resultados.
Dada a falta de evidências de alta qualidade, médicos e pacientes são aconselhados a serem cautelosos ao usar medicamentos analgésicos para lombalgia aguda não específica. São necessários ensaios clínicos de comparação direta mais robustos para fornecer orientações mais claras sobre o melhor curso de tratamento.
Artigo: Comparative effectiveness and safety of analgesic medicines for adults with acute non-specific low back pain: systematic review and network meta-analysis – The BMJ (link para o Google Tradutor)
Comunicado de imprensa: Study finds “considerable uncertainty” around effectiveness and safety of analgesics for low back pain – BMJ Newsroom (link para o Google Tradutor)
Comentário do autor no Twitter (fio – clique para saber mais)
Out today in @bmj_latest.
We found “considerable uncertainty” around the effectiveness and safety of analgesic medicines for adults with acute non-specific low back pain.
Available at https://t.co/PeOmEOeJyJ
Thread 🧵 pic.twitter.com/T8YDNGhhME
— Michael Wewege (@mawewege) March 22, 2023
Estudo de coorte | O uso de opioides para alívio da dor após o parto parece não apresentar risco significativo para bebês em amamentação
23 Mar, 2023 | 11:13hResumo: Este estudo do Canadá observou que os bebês nascidos de mães que receberam prescrição de opioides após o parto, frequentemente após uma cesariana, não apresentaram maior risco de danos após o nascimento do que os bebês de mães que não receberam prescrição de opioides.
O estudo incluiu 865.691 pares mães-bebês que receberam alta dos hospitais de Ontário dentro de 7 dias após o parto, entre setembro de 2012 e março de 2020. Os pesquisadores compararam mães que receberam prescrição de opioides dentro de 7 dias após a alta com aquelas que não receberam. Entre os bebês internados no hospital dentro de 30 dias, 2.962 (3,5%) nasceram de mães que receberam prescrição de opioides, em comparação com 3.038 (3,5%) que nasceram de mães que não receberam, mostrando que os bebês de mães que receberam prescrição de opioides não apresentaram maior probabilidade de serem internados no hospital por qualquer motivo.
Essas crianças tiveram apenas uma probabilidade marginalmente maior de visitar o departamento de emergência nos 30 dias subsequentes, e não foram encontradas diferenças para outros desfechos graves, incluindo problemas respiratórios ou internação em uma unidade de terapia intensiva neonatal, e não ocorreram mortes de bebês.
Embora o estudo tenha algumas limitações, as altas taxas iniciais de amamentação no Canadá (90%) e a consistência dos resultados com o fato de que milhões de mães recebem prescrição de opioides após o parto a cada ano reforçam as conclusões.
Artigo: Maternal opioid treatment after delivery and risk of adverse infant outcomes: population based cohort study – The BMJ (link para o Google Tradutor)
Editorial: Opioid analgesia for breastfeeding mothers – The BMJ (link para o Google Tradutor)
Comunicado de imprensa: Infants of mothers given opioids after birth are at low risk of harm – BMJ Newsroom (link para o Google Tradutor)
RCT | Ibuprofeno IV intermitente reduz o consumo de morfina e proporciona alívio da dor pós-operatória
20 Mar, 2023 | 11:47hResumo: O artigo descreve um ensaio clínico randomizado, controlado por placebo, duplo-cego para avaliar a eficácia e a segurança de diferentes doses de ibuprofeno intravenoso (IBIV) no tratamento da dor aguda pós-operatória. O estudo envolveu pacientes submetidos a cirurgia abdominal ou ortopédica e randomizados para placebo, IBIV 400 mg ou IBIV 800 mg. A primeira dose foi administrada por via intravenosa 30 minutos antes do fim da cirurgia, seguida de administração intravenosa a cada 6 horas, num total de 8 doses.
Foi observado que a administração intravenosa de ibuprofeno 400 mg ou 800 mg reduziu significativamente o consumo de morfina e aliviou a dor sem aumentar a incidência de eventos adversos.
Os pontos fortes do estudo incluem o seu desenho multicêntrico, randomizado, controlado e prospectivo. No entanto, a extensa lista de critérios de exclusão sugere que o estudo foi realizado em uma população relativamente saudável, o que dificulta a extrapolação dos resultados de segurança para pacientes mais frágeis. Vale ressaltar também que, no Brasil, diferentemente de muitos países, temos à disposição a dipirona intravenosa, que costuma ser ter boa eficácia e baixa taxa de eventos adversos na prática.
Artigo: Analgesic Efficacy of Intravenous Ibuprofen in the Treatment of Postoperative Acute Pain: A Phase III Multicenter Randomized Placebo-Controlled, Double-Blind Clinical Trial – Pain Research and Management (link para o Google Tradutor)
RCT | Óleo de canabidiol não é eficaz para o controle de dor pós-ureteroscopia
10 Mar, 2023 | 13:54hResumo: O estudo avaliou o efeito do óleo de canabidiol (CBD) no controle da dor e no uso de opioides em pacientes submetidos à ureteroscopia com colocação de stent ureteral em decorrência de litíase renal. Noventa pacientes foram randomizados 1:1 para receber placebo ou 20 mg de óleo de CBD diariamente por 3 dias após o procedimento.
Os resultados não mostraram diferença entre o óleo de CBD e o placebo na redução da dor, uso de opioides ou sintomas relacionados ao stent ureteral. O estudo sugere que, apesar da disponibilidade de inúmeros agentes analgésicos, os sintomas do stent ureteral continuam sendo um incômodo para muitos pacientes, e mais pesquisas são necessárias para encontrar alternativas eficazes e que não incluam opioides para o manejo da dor nesse contexto.
Artigo: Effect of Cannabidiol Oil on Post-ureteroscopy Pain for Urinary Calculi: A Randomized, Double-blind, Placebo-controlled Trial – The Journal of Urology (gratuito por tempo limitado)
RS | Estimulação da medula espinal para dor lombar não fornece benefícios clínicos sustentados em comparação com placebo
9 Mar, 2023 | 12:12hResumo: A estimulação da medula espinal (EME) é um procedimento cirúrgico usado para tratar a dor lombar persistente, enviando sinais elétricos por meio de eletrodos implantados na medula espinal. A revisão incluiu 13 estudos (ensaios clínicos randomizados e estudos “crossover”) com 699 participantes.
A maioria dos estudos foi focada em efeitos de curto prazo (menos de 1 mês), mas a revisão constatou que é incerto se a EMA pode melhorar os resultados de curto prazo em comparação com o placebo. Aos 6 meses, a EME provavelmente não melhora a dor lombar ou nas pernas, a função ou a qualidade de vida em comparação com o placebo, com uma certeza moderada de evidência. Também foram relatados eventos adversos, incluindo infecções, danos neurológicos e migração de eletrodos levando à reabordagem cirúrgica.
A revisão concluiu que os dados não suportam o uso de EME para tratar a dor lombar fora de um ensaio clínico. As evidências atuais sugerem que a EME provavelmente não tem benefícios clínicos sustentados que superem os custos e os riscos desta intervenção cirúrgica.
Artigo: Spinal cord stimulation for low back pain – Cochrane Library
Resumo: Spinal cord stimulation for low back pain – Cochrane Library (link para o Google Tradutor)
Comentário do autor no Twitter
Our Cochrane review on spinal cord stimulators for #backpain out today.
Bottom line:
-Mod certainty evidence of no benefit vs placebo in medium term
-Uncertain if benefit on pain in immediate term
-Adverse events (infection, re-operation) commonhttps://t.co/lNJQeN96Zs— Adrian Traeger (@adrian_traeger) March 7, 2023
RCT | A eletroacupuntura tem potencial de melhorar a constipação induzida por opioides em pacientes com câncer
24 Fev, 2023 | 12:02hResumo: O estudo foi um ensaio clínico randomizado que avaliou a eficácia e a segurança da eletroacupuntura (EA) para constipação induzida por opioides (CIO) em pacientes adultos com dor decorrente de câncer. O estudo incluiu 100 pacientes com câncer e CIO que foram randomizados para receber EA ou eletroacupuntura sham (ES – refere-se a um procedimento simulado no grupo controle) por 24 sessões ao longo de 8 semanas. Observou-se que a proporção de respondedores foi maior com EA (40,1%) do que com ES (9%) na semana 8, sugerindo que o tratamento com EA pode ser uma alternativa segura e eficaz para gerenciar CIO em pacientes adultos com câncer. No entanto, as limitações do estudo, como a ampla heterogeneidade dos pacientes com câncer, as medições autorreferidas e a impossibilidade de cegar os acupunturistas, devem ser consideradas. Além disso, vale ressaltar que mais pacientes no grupo EA supuseram que receberam tratamento real em comparação com aqueles que receberam ES (46 vs. 22 pacientes).
Artigo: Effects of Electroacupuncture for Opioid-Induced Constipation in Patients With Cancer in China: A Randomized Clinical Trial – JAMA Network Open (link para o Google Tradutor)
Comentário no Twitter
RCT: Electroacupuncture (EA) could alleviate opioid-induced constipation in adult cancer patients with a good safety profile. EA may be considered as an alternative treatment for opioid-induced constipation. https://t.co/zywl2A14ij pic.twitter.com/9RhSVaZVSJ
— JAMA Network Open (@JAMANetworkOpen) February 22, 2023
Sinopse de diretriz | Uso de opioides no manejo da dor crônica
15 Fev, 2023 | 15:58hResumo: As diretrizes VA/DoD para o manejo da dor crônica recomendam preferencialmente tratamentos não opioides, como terapia cognitivo-comportamental e fisioterapia, com o uso de opioides reservado para circunstâncias específicas. Avaliações de saúde mental são enfatizadas, junto com reavaliações regulares do tratamento. O uso rotineiro dos opioides não é recomendado, uma vez que os pequenos benefícios são superados pelos riscos, porém, se usados, sugere-se a buprenorfina, por ter um perfil de risco menor. A triagem para transtornos de humor e lesão cerebral traumática também é aconselhada, embora as evidências para estratégias de mitigação de riscos sejam escassas.*
Comunicado de imprensa: Summary of VA/DoD guidelines for management of chronic pain provides new recommendations on opioid use and mental health evaluations – American College of Physicians (link para o Google Tradutor)
Resumo para pacientes: The Use of Opioids in the Management of Chronic Pain: Synopsis of the 2022 Updated U.S. Department of Veterans Affairs and U.S. Department of Defense Clinical Practice Guideline – Annals of Internal Medicine
Comentário: Initiation of Opioids Not Recommended for Chronic Pain – HealthDay (link para o Google Tradutor)
*Nota: Este resumo foi criado por meio da colaboração entre um editor médico e o ChatGPT.
Estratégias de higiene do sono para indivíduos com dor crônica: revisão de escopo
7 Fev, 2023 | 15:06hSleep hygiene strategies for individuals with chronic pain: a scoping review – BMJ Open
Comentário da autora no Twitter (fio – clique para saber mais)
1/3 New pub! Sleep hygiene is often recommended to individuals with chronic pain as a non-pharmacological strategy. Is this based on evidence? We (@Sal_Ferguson, @msprajcer, @coland4boys) conducted a scoping review to find out😴 @BMJ_Open @CQUni_Appleton https://t.co/WbgiRzUUZj
— Dr Charlotte Gupta (@cc_gupta) February 3, 2023
Estudo randomizado | Em cirurgia de aborto, esquetamina com propofol pode reduzir a hipotensão em comparação a fentanila com propofol.
17 Out, 2022 | 13:46hComentário: Esketamine as an adjunct with propofol and fentanyl to avoid perioperative hypotension – Physician’s Weekly
Estudo randomizado | Um protocolo pós-operatório multimodal para evitar opioides pode reduzir o consumo desses medicamentos após artroscopia de joelho ou ombro.
6 Out, 2022 | 12:58hEffect of a Postoperative Multimodal Opioid-Sparing Protocol vs Standard Opioid Prescribing on Postoperative Opioid Consumption After Knee or Shoulder Arthroscopy: A Randomized Clinical Trial – JAMA (gratuito por tempo limitado)
Comunicado de imprensa: Orthopedic surgery patients do fine without opioid painkillers – McMaster University
Ver também: Visual Abstract
Nota do editor em vídeo: Effect of an Opioid-Sparing Protocol vs Standard Prescribing on Opioid Consumption After Knee or Shoulder Arthroscopy