Bioética
Estudo Prospectivo Multinacional Revela Dissociação Cognitivo-Motora em um em cada Quatro Pacientes sem Resposta Observável a Comandos
3 Jan, 2025 | 08:30hNeste estudo prospectivo realizado em seis centros internacionais, os pesquisadores investigaram a presença de dissociação cognitivo-motora em 353 adultos com distúrbios de consciência, incluindo coma, estado vegetativo e diferentes graus de estado minimamente consciente. O fenômeno, caracterizado pela capacidade de realizar tarefas cognitivas detectáveis por fMRI ou EEG em pacientes sem resposta comportamental aparente, foi identificado em aproximadamente 25% daqueles que, à beira do leito, não apresentavam sinais de resposta a comandos.
O objetivo principal foi determinar a frequência e os fatores associados à dissociação cognitivo-motora, considerando idade, etiologia da lesão e tempo decorrido desde o evento. O estudo partiu do pressuposto de que o uso combinado de fMRI e EEG poderia fornecer dados mais sensíveis do que o uso isolado de cada método.
Os pesquisadores recrutaram participantes de unidades de terapia intensiva, enfermarias, centros de reabilitação e comunidades, excluindo aqueles com histórico prévio de doença neurológica ou psiquiátrica. A avaliação de cada paciente incluiu a aplicação da escala Coma Recovery Scale–Revised (CRS-R), teste comportamental considerado padrão-ouro internacional para diagnóstico de níveis de consciência, e a realização de fMRI e/ou EEG voltados para detecção de respostas a comandos específicos (por exemplo, imaginação motora).
Os resultados mostraram que 60 dos 241 participantes sem resposta observável a comandos apresentaram, na verdade, sinais de engajamento cognitivo nos exames de neuroimagem e/ou eletrofisiologia. A dissociação cognitivo-motora foi mais frequente em indivíduos mais jovens, com tempo maior desde a lesão e, em especial, naqueles com etiologia traumática. Em contrapartida, dos 112 participantes que já demonstravam alguma resposta a comandos na avaliação clínica, apenas 38% apresentaram respostas positivas nas tarefas propostas por fMRI ou EEG, sugerindo que as exigências cognitivas do teste podem ir além do requerido no exame comportamental.
Conclui-se que a dissociação cognitivo-motora pode estar subdiagnosticada quando se empregam apenas métodos clínicos e que, ao combinar fMRI e EEG, é possível detectar mais casos. Esse achado tem implicações práticas relevantes, pois a falta de identificação desse fenômeno pode influenciar decisões relacionadas a metas de cuidado e à manutenção de suporte de vida.
Implicações para a Prática
A detecção da dissociação cognitivo-motora indica a necessidade de cautela antes de concluir que um paciente sem resposta observável é incapaz de vivenciar ou compreender estímulos. A implementação de protocolos combinados de fMRI e EEG em centros especializados pode levar a uma avaliação mais precisa e a abordagens terapêuticas melhor direcionadas.
Pontos Fortes e Limitações
Entre as principais forças do estudo está o caráter multinacional, contemplando diversos cenários clínicos e fases de evolução do paciente. Também se destaca o uso de métodos complementares (fMRI e EEG), o que amplia a sensibilidade para detecção de respostas cognitivas. Entretanto, a heterogeneidade de protocolos locais e de tempo de lesão, além das dificuldades de acesso a tecnologias avançadas, podem limitar a generalização dos resultados para a prática rotineira em outros centros.
Pesquisas Futuras
Novos estudos devem buscar protocolos padronizados para detecção de dissociação cognitivo-motora, avaliar o impacto clínico de seu diagnóstico precoce e investigar se intervenções direcionadas podem melhorar o prognóstico funcional desses pacientes.
Referência
Bodien YG, Allanson J, Cardone P, et al. Cognitive Motor Dissociation in Disorders of Consciousness. N Engl J Med. 2024;391:598-608. DOI: http://doi.org/10.1056/NEJMoa2400645
Estudo de coorte | Cuidados agressivos no final da vida ainda são comuns entre adultos mais velhos com câncer metastático nos EUA
27 Fev, 2023 | 11:44hResumo: O estudo teve como objetivo comparar os marcadores de cuidados agressivos no final da vida entre adultos mais velhos com câncer metastático residentes de casas de repouso e aqueles que vivem na comunidade. O estudo analisou dados de 146.329 pacientes que morreram de câncer metastático de mama, cólon/reto, pulmão, pâncreas ou próstata entre 2013 e 2017, e observou que os cuidados agressivos no final da vida foram mais comuns entre os residentes de casas de repouso do que entre os residentes na comunidade (63,6% vs. 58,3%). Mais de uma internação hospitalar nos últimos 30 dias de vida e morte no hospital foram os principais marcadores associados a uma maior prevalência de cuidados agressivos no final da vida. Os autores sugerem que intervenções que visem esses fatores poderiam melhorar a qualidade dos cuidados no final da vida.
Artigo: Incidence of Aggressive End-of-Life Care Among Older Adults With Metastatic Cancer Living in Nursing Homes and Community Settings – JAMA Network Open (link para o Google Tradutor)
ChatGPT e o futuro da literatura médica (este artigo foi escrito pelo próprio ChatGPT)
7 Fev, 2023 | 15:40hChatGPT and the Future of Medical Writing – Radiology
Editoriais:
ChatGPT Is Shaping the Future of Medical Writing but Still Requires Human Judgment – Radiology
ChatGPT and Other Large Language Models Are Double-edged Swords – Radiology
Comentários:
AI program ChatGPT now has a published article in Radiology—is it any good? – Health Imaging
Peer-Reviewed Journal Publishes Paper Written Almost Entirely by ChatGPT— It required close editing, human co-author said – MedPage Today (necessário cadastro gratuito)
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ChatGPT: 5 prioridades para a pesquisa
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