Psiquiatria
Medicações Glutamatérgicas Mostram Potencial no Tratamento de Transtornos Obsessivo-Compulsivos e Correlatos
4 Jan, 2025 | 09:45hEste estudo conduzido por Coelho e colaboradores avaliou o papel dos fármacos glutamatérgicos no manejo de Transtornos Obsessivo-Compulsivos e Correlatos (OCRDs), um espectro de condições neuropsiquiátricas que inclui o Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC), o transtorno dismórfico corporal, o transtorno de escoriação (skin picking), a tricotilomania e o transtorno de acumulação. Esses transtornos podem comprometer seriamente a qualidade de vida, atingindo cerca de 2% a 3% da população.
O principal objetivo foi investigar se o uso desses fármacos, isolados ou em associação com inibidores seletivos de recaptação de serotonina (ISRSs), poderia reduzir a sintomatologia de OCRDs em comparação ao placebo, analisando preferencialmente ensaios clínicos randomizados, duplo-cegos e controlados por placebo.
O desenho incluiu 27 estudos, totalizando 1369 indivíduos de diferentes faixas etárias e gêneros, todos com diagnóstico de algum OCRD, incluindo TOC. Variadas substâncias glutamatérgicas foram examinadas — como N-acetilcisteína (NAC), memantina, lamotrigina, riluzol e topiramato— comparadas ao placebo, tanto em monoterapia quanto em combinação a ISRSs. Dados de melhora clínica foram obtidos por escalas padronizadas (por exemplo, a Yale-Brown Obsessive Compulsive Scale (Y-BOCS), no caso do TOC) e sintetizados usando meta-análises de efeitos randômicos. Foram realizadas análises de subgrupos considerando o tipo de OCRD, população, refratariedade, estratégia de combinação, risco de viés e tipo de fármaco glutamatérgico.
Entre os principais resultados, observou-se que os fármacos glutamatérgicos estiveram associados a uma redução significativa nos sintomas de OCRDs em geral, com um efeito de grande magnitude (Cohen’s d = -0,80). Focando no TOC (n=23 estudos), houve redução média de 4,17 pontos nos escores da Y-BOCS, sugerindo benefício clínico. Apesar disso, a heterogeneidade elevada entre os estudos, possivelmente devido à diversidade de populações e desenhos de tratamento, e a possibilidade de viés de publicação demandam cautela na interpretação.
As conclusões apontam para o potencial promissor desses fármacos no tratamento de OCRDs, particularmente para pacientes com TOC. No entanto, a alta heterogeneidade e a possibilidade de viés de publicação exigem uma interpretação cautelosa dos resultados. A aplicação prática pode envolver avaliação individualizada de cada caso, considerando a possibilidade de complementar ou substituir tratamentos tradicionais, sempre com cuidado para potenciais efeitos adversos e com monitoramento próximo.
Do ponto de vista de implicações clínicas, a sobriedade no uso de medicações glutamatérgicas é recomendada, pois embora o estudo aponte benefícios, nem todos os pacientes podem se beneficiar igualmente. Novos protocolos de tratamento devem ser orientados por avaliações criteriosas de risco-benefício.
Pontos fortes do trabalho incluem a análise sistemática de vários subtipos de OCRDs e a adoção de escalas bem validadas, além de um desenho metodológico robusto na maior parte dos estudos. Entretanto, as limitações englobam o número reduzido de ensaios sobre alguns subtipos menos frequentes (como transtorno dismórfico corporal e de acumulação), a diversidade de populações e estratégias terapêuticas, o que pode comprometer a comparabilidade, e o fato de poucos estudos terem testado fármacos mais novos, como a cetamina.
Pesquisas futuras, com amostras maiores e metodologias mais robustas, são necessárias para confirmar esses achados, determinar a dosagem ideal, elucidar quais subgrupos de pacientes se beneficiam mais, testar doses e durações diferentes, avaliar subtipos de OCRDs menos estudados e possíveis novos fármacos glutamatérgicos ainda não incluídos nesta meta-análise.
Referência: Coelho DRA, Yang C, Suriaga A, et al. Glutamatergic Medications for Obsessive-Compulsive and Related Disorders: A Systematic Review and Meta-Analysis. JAMA Netw Open. 2025;8(1):e2452963. DOI: http://doi.org/10.1001/jamanetworkopen.2024.52963
Diretrizes para Uso de Metformina na Prevenção de Ganho de Peso Induzido por Antipsicóticos
23 Dez, 2024 | 17:53hIntrodução: Metformina é a única medicação que demonstrou eficácia na prevenção do ganho de peso induzido por antipsicóticos (AIWG). Ainda assim, seu uso nessa indicação não é rotineiro. Estas diretrizes, desenvolvidas segundo a metodologia AGREE II e baseadas em revisões sistemáticas e meta-análises, visam oferecer recomendações claras sobre quando e como iniciar metformina na prática clínica, considerando fatores de risco cardiometabólicos e a relevância de intervenções complementares (como mudanças no estilo de vida).
Principais Recomendações:
- Co-início em antipsicóticos de alto risco (olanzapina ou clozapina): Recomenda-se iniciar metformina concomitantemente a antipsicóticos reconhecidamente associados a maior ganho de peso.
- Co-início em antipsicóticos de risco médio (quetiapina, paliperidona ou risperidona): Metformina deve ser considerada em pacientes com um ou mais fatores de risco cardiometabólico (por exemplo, hipertensão, diabetes, pré-diabetes, IMC >25) ou em indivíduos entre 10 e 25 anos.
- Início durante o primeiro ano de tratamento: Em caso de >3% de ganho de peso em relação ao peso basal após iniciar qualquer antipsicótico, recomenda-se a introdução de metformina.
- Escalonamento de dose: Geralmente inicia-se com 500 mg/dia, passando para 500 mg duas vezes ao dia em até duas semanas, com incrementos quinzenais de 500 mg, de acordo com tolerância, até a meta de 1 g duas vezes ao dia (2 g/dia). Ajustes devem ser feitos em casos de insuficiência renal ou efeitos adversos importantes.
- Encerramento: Metformina deve ser suspensa se houver risco ou suspeita de acidose lática, se o IMC cair abaixo de 20 ou se o antipsicótico for descontinuado. Deve-se evitar o uso de metformina em pacientes com uso prejudicial de álcool.
- Terapias adicionais: Em caso de IMC >30 ou presença de comorbidades como apneia do sono, considerar agonistas de GLP-1 de acordo com disponibilidade e indicação, pois apresentam resultados significativos na redução de peso.
Conclusão: O uso precoce de metformina pode atenuar o ganho de peso em pacientes que necessitam de antipsicóticos, sobretudo os de maior risco. A intervenção precoce contribui para prevenir complicações cardiometabólicas e para melhorar a adesão ao tratamento. As diretrizes fornecem um algoritmo prático que integra avaliação contínua do peso, estratificação de risco e recomendações de dose, além de enfatizar a importância de estratégias de estilo de vida.
Referência:
Carolan A, Hynes-Ryan C, Agarwal SM, Bourke R, Cullen W, Gaughran F, Hahn MK, Krivoy A, Lally J, Leucht S, et al. Metformin for the Prevention of Antipsychotic-Induced Weight Gain: Guideline Development and Consensus Validation. Schizophrenia Bulletin. 2024; sbae205. https://doi.org/10.1093/schbul/sbae205
Comentário adicional 1: Psychiatric News Alert. New Guideline Advises Metformin to Prevent Antipsychotic-Induced Weight Gain. Disponível em: https://alert.psychnews.org/2024/12/new-guideline-advises-metformin-to.html
Comentário adicional 2: Zagorski N. Metformin May Reduce Weight Gain in Youth Taking Antipsychotics. Psychiatric News. 2024; 59(01). https://psychiatryonline.org/doi/full/10.1176/appi.pn.2024.01.1.22
Revisão: Novos e emergentes tratamentos para o transtorno depressivo maior
19 Dez, 2024 | 19:19hIntrodução: Este resumo apresenta uma revisão sobre novas e emergentes opções terapêuticas para o transtorno depressivo maior (TDM), uma condição de alta prevalência e impacto socioeconômico significativo. Embora os antidepressivos que atuam nos sistemas monoaminérgicos sejam amplamente utilizados, muitos pacientes não respondem adequadamente, resultando em depressão resistente ao tratamento. Dessa forma, novas abordagens têm sido investigadas, incluindo psicodélicos (psilocibina, cetamina/esquetamina), agentes anti-inflamatórios, moduladores opioides, neuropeptídeos, onabotulinumtoxina A, bem como terapias de neuromodulação (variações da estimulação magnética transcraniana, terapias baseadas em luz). A revisão considera eficácia, tolerabilidade, limitações metodológicas e aplicabilidade clínica dessas intervenções inovadoras.
Principais Recomendações:
- Cetamina e esquetamina: Considerar essas substâncias como tratamento adjuvante para depressão resistente, devido ao início rápido de ação antidepressiva e efeito anti-suicida. Monitorar pressão arterial e risco de habituação. A relação custo-efetividade e a eficácia prolongada permanecem incertas.
- Psicodélicos (psilocibina, ayahuasca): A psilocibina, quando administrada com suporte psicoterapêutico, pode proporcionar redução rápida dos sintomas, mas há preocupações quanto à escalabilidade, necessidade de tempo intensivo de terapeutas e possível aumento de ideação suicida. A ayahuasca apresenta resultados promissores, porém faltam dados robustos de longo prazo e protocolos padronizados.
- Neuromodulação (rTMS, theta burst, TMS acelerada, terapias de luz): A estimulação magnética transcraniana repetitiva (rTMS) e suas modalidades aceleradas ou de curta duração (theta burst) demonstram eficácia modesta com boa tolerabilidade. A terapia com luz pode potencializar a neuromodulação. Não há consenso sobre protocolos ideais nem posicionamento claro dessas intervenções na linha de tratamento.
- Agentes anti-inflamatórios e outros fármacos adjuvantes: Evidências preliminares sugerem que minociclina, anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs), estatinas, ácidos graxos ômega-3 e a combinação buprenorfina-samidorfano podem ter papel auxiliar. Contudo, faltam ensaios robustos que confirmem eficácia e segurança a longo prazo.
- Onabotulinumtoxina A: Uma única injeção na região glabelar pode melhorar sintomas depressivos, mas o mecanismo e a durabilidade do efeito são incertos. Desafios metodológicos dificultam recomendações definitivas.
- Estimulação cerebral profunda (DBS) e terapia convulsiva magnética (MST): Procedimentos invasivos e com evidências limitadas, indicados apenas em casos extremamente refratários. Seu uso permanece experimental.
Conclusão: Os tratamentos emergentes para o TDM oferecem novas perspectivas além dos antidepressivos convencionais, potencialmente abordando a heterogeneidade da doença. No entanto, a maioria das intervenções ainda é considerada experimental, carecendo de comparações diretas com terapias estabelecidas, maior definição de protocolos e dados de longo prazo. Mais pesquisas rigorosas são necessárias para esclarecer o papel dessas estratégias na prática clínica e otimizar o cuidado ao paciente com depressão resistente.
ECR | Terapia de atenção plena (mindfulness) se mostrou mais eficaz e acessível do que a terapia cognitivo-comportamental para depressão
4 Abr, 2023 | 12:40hResumo: O Ensaio Clínico Randomizado LIGHTMind estudou 410 adultos com depressão leve a moderada, comparando a eficácia clínica e a custo-efetividade da terapia cognitiva baseada em atenção plena (mindfulness) (TCBAP) com terapia cognitivo-comportamental (TCC). O estudo forneceu aos participantes um livro de TCBAP ou TCC e 6 sessões de apoio com um profissional treinado. A gravidade dos sintomas depressivos foi medida usando o escore PHQ-9 16 semanas após a randomização.
Os resultados mostraram que a TCBAP levou a reduções significativamente maiores nos sintomas depressivos e foi mais custo-efetiva do que a TCC. A diferença entre os grupos foi de 1,5 pontos no PHQ-9, e a TCBAP custou £526 (aproximadamente R$3.287,00 reais) a menos por participante aos serviços de saúde durante um período de acompanhamento de 42 semanas. Uma parte substancial dessa diferença de custo decorreu da terapia psicológica individual presencial adicional acessada pelos participantes do grupo TCC fora da intervenção do estudo.
O estudo concluiu que oferecer TCBAP apoiado por profissionais para depressão leve a moderada pode melhorar os resultados e ser mais econômica em comparação com a TCC. Para traduzir essas descobertas para a prática clínica, são necessários treinamento e supervisão adequados para os profissionais que forem aplicar a TCBAP. Pesquisas futuras devem focar em confirmar e expandir essas descobertas, investigar fatores que contribuem para a eficácia relativa da TCBAP e analisar barreiras e facilitadores potenciais para sua implementação no atendimento médico.
Artigo: Clinical Effectiveness and Cost-Effectiveness of Supported Mindfulness-Based Cognitive Therapy Self-help Compared With Supported Cognitive Behavioral Therapy Self-help for Adults Experiencing Depression: The Low-Intensity Guided Help Through Mindfulness (LIGHTMind) Randomized Clinical Trial – JAMA Psychiatry (link para o Google Tradutor)
Comentários:
Mindfulness better than CBT for treating depression, study finds – The Guardian (link para o Google Tradutor)
Practitioner-Supported Mindfulness-Based Cognitive Therapy Aids Depression – HealthDay (link para o Google Tradutor)
Comentário no Twitter
Practitioner-supported mindfulness-based cognitive therapy self-help for mild-moderate depression is clinically- and cost-effective compared to currently recommended practitioner-support CBT self-help. https://t.co/H23AfwiO7X pic.twitter.com/xTHzYG4oqg
— JAMA Psychiatry (@JAMAPsych) March 22, 2023
M-A | O consumo moderado de álcool não leva a benefícios significativos à saúde
4 Abr, 2023 | 12:36hResumo: Esta revisão sistemática e metanálise teve como objetivo investigar a associação entre o consumo de álcool e a mortalidade por todas as causas, levando em consideração possíveis fontes de viés. O estudo analisou dados de 107 estudos de coorte publicados entre janeiro de 1980 e julho de 2021, que incluíram 4.838.825 participantes e 425.564 mortes.
O estudo não encontrou reduções significativas no risco de mortalidade por todas as causas para consumidores de menos de 25 g/dia de etanol em comparação com não consumidores ao longo da vida. No entanto, houve um aumento significativo no risco de mortalidade por todas as causas entre consumidoras do sexo feminino que bebiam 25 g/dia ou mais e consumidores do sexo masculino que bebiam 45 g/dia ou mais.
Em conclusão, a metanálise atualizada não encontrou risco significativamente reduzido de mortalidade por todas as causas associado ao consumo moderado de álcool após ajustar para possíveis fatores de confusão. O estudo recomenda que futuros estudos longitudinais nesta área devem tentar minimizar os vieses de seleção, não incluindo ex-consumidores e consumidores ocasionais no grupo de referência e utilizando coortes mais jovens no início do estudo.
Artigo: Association Between Daily Alcohol Intake and Risk of All-Cause Mortality: A Systematic Review and Meta-analyses – JAMA Network Open (link para o Google Tradutor)
Comentário: Drinking Alcohol Brings No Health Benefits, Study Finds – HealthDay (link para o Google Tradutor)
Conteúdos relacionados:
Prioritising action on alcohol for health and development – The BMJ
“Scanxiety” entre adultos com câncer: uma revisão abrangente para orientar pesquisas e intervenções
14 Mar, 2023 | 12:58hResumo: O artigo apresenta uma revisão abrangente da literatura existente sobre “scanxiety”, que se refere à ansiedade e à angústia experimentadas por pacientes com câncer antes e depois da realização de exames de imagem. Os autores identificaram e sintetizaram os resultados de 36 artigos sobre “scanxiety” entre adultos diagnosticados com câncer atual ou prévio.
Os autores observaram que “scanxiety” é um problema prevalente ao longo do continuum do câncer e pode estar ligado a vários fatores relacionados ao próprio procedimento ou à incerteza em torno dos possíveis resultados dos exames. O período de espera entre o procedimento e o recebimento dos resultados foi descrito como particularmente estressante, com os participantes relatando sentir-se sobrecarregados por pensamentos negativos e medos em relação aos possíveis resultados.
Os autores sugerem que a implementação de medidas de apoio durante as experiências de exames, incluindo a análise do período de espera entre exames e resultados, pode melhorar o bem-estar de indivíduos com câncer que estão passando por diferentes estágios de tratamento.
Artigo: Scanxiety among Adults with Cancer: A Scoping Review to Guide Research and Interventions – Cancers (link para o Google Tradutor)
ECR | Associação de antipsicótico mostrou-se mais eficaz do que troca de antidepressivo no tratamento da depressão geriátrica resistente ao tratamento
6 Mar, 2023 | 13:21hResumo:
Este ensaio clínico randomizado aberto comparou os benefícios e os riscos de se associar um antipsicótico versus trocar o antidepressivo em idosos com depressão resistente ao tratamento.
No primeiro passo, 619 pacientes foram randomizados para aumento da medicação antidepressiva existente com aripiprazol (antipsicótico), aumento com bupropiona ou troca para bupropiona. No segundo passo, 248 pacientes que não se beneficiaram ou não eram elegíveis para o primeiro passo foram randomizados para aumento com lítio ou troca para nortriptilina.
O grupo de aumento com aripiprazol mostrou melhora significativa no bem-estar em comparação ao grupo que trocou para bupropiona. Remissão ocorreu em 28,9% dos pacientes do grupo de aumento com aripiprazol, 28,2% no grupo de aumento com bupropiona e 19,3% no grupo que trocou para bupropiona. No segundo passo, taxas semelhantes de remissão ocorreram no grupo de aumento com lítio (18,9%) e no grupo que trocou para nortriptilina (21,5%).
Artigo: Antidepressant Augmentation versus Switch in Treatment-Resistant Geriatric Depression – New England Journal of Medicine (link para o resumo – $ para o texto completo)
Comunicado de imprensa: Adding antipsychotic med to antidepressant may help older adults with treatment-resistant depression – Washington University School of Medicine in St. Louis (link para o Google Tradutor)
Eficácia das intervenções de atividade física para melhorar depressão e ansiedade: uma visão geral de revisões sistemáticas
3 Mar, 2023 | 12:34hResumo: Esta “umbrella review” analisou as evidências sobre os efeitos das intervenções de atividade física nos sintomas de depressão e ansiedade em populações adultas. A revisão incluiu 97 revisões sistemáticas que compreendiam 1.039 ensaios clínicos randomizados e 128.119 participantes. Os resultados mostraram que a atividade física teve efeitos moderados sobre a depressão e a ansiedade em comparação com o tratamento usual em todas as populações. A atividade física de alta intensidade foi associada a maiores benefícios sobre os sintomas, e a eficácia das medidas de atividade física diminuiu com intervenções de longa duração. Os autores concluíram que a atividade física é altamente benéfica para melhorar os sintomas de depressão e ansiedade em uma ampla gama de populações adultas, incluindo aquelas com transtornos mentais e doenças crônicas, e deve ser uma abordagem fundamental na gestão destas condições.
Artigo: Effectiveness of physical activity interventions for improving depression, anxiety and distress: an overview of systematic reviews – British Journal of Sports Medicine (link para o resumo – $ para o texto completo) (link para o Google Tradutor)
Comunicado de imprensa: Exercise more effective than medicines to manage mental health – University of South Australia (link para o Google Tradutor)
Comentário dos autores: Exercise is even more effective than counselling or medication for depression. But how much do you need? – The Conversation (link para o Google Tradutor)
Comentário no Twitter
📣 Effectiveness of #PhysicalActivity for improving depression, anxiety and distress: an overview of #SystematicReviews 🔎📄#KeyPoints:
🧠Higher intensity = greater improvements 🏋️♂️
🧠 Effect diminished with longer duration interventions 📉👉 https://t.co/UJRRFVz7eG pic.twitter.com/5JT9xEVMsa
— British Journal of Sports Medicine (BJSM) (@BJSM_BMJ) February 19, 2023
ECR | Reduzir o uso das redes sociais melhora a autoestima em relação ao peso e à aparência em jovens com sofrimento emocional
3 Mar, 2023 | 12:30hResumo: O artigo discute um ensaio clínico randomizado realizado com 220 participantes de idades entre 17 e 25 anos para examinar os efeitos da redução do uso de redes sociais (URS) na autoestima em relação a peso e aparência em jovens com sofrimento emocional. Os participantes foram divididos em um grupo de intervenção (limitado a 1 hora/dia de URS) e um grupo de controle (URS ilimitado). O estudo observou que a redução do URS melhorou a autoestima em relação a peso e aparência no grupo de intervenção, enquanto o grupo de controle não apresentou mudanças significativas. Os autores concluíram que a redução do URS pode ser um método viável e eficaz de melhorar a imagem corporal em uma população jovem vulnerável e deve ser avaliada como um componente potencial no tratamento de transtornos relacionadas à imagem corporal. Vale ressaltar, no entanto, que a impossibilidade de “cegar” os participantes para os grupos de tratamento, somada à natureza subjetiva dos desfechos, dificulta a obtenção de conclusões definitivas sobre o assunto.
Comunicado de imprensa: Reducing social media use significantly improves body image in teens, young adults – American Psychological Association (link para o Google Tradutor)
Comentário: How to help young people limit screen time — and feel better about how they look – NPR (link para o Google Tradutor)
M-A | Efeitos colaterais metabólicos em pessoas com esquizofrenia durante o tratamento de médio a longo prazo com antipsicóticos
23 Fev, 2023 | 15:05hResumo: Este estudo teve como objetivo avaliar os efeitos colaterais metabólicos de médio a longo prazo de 31 antipsicóticos em pessoas com esquizofrenia, analisando 137 ensaios clínicos randomizados elegíveis com 35.007 participantes. O desfecho primário foi o ganho de peso, com desfechos secundários incluindo glicemia de jejum e perfil lipídico. O estudo observou que os antipsicóticos diferem em sua propensão de induzir efeitos colaterais metabólicos. Clorpromazina, clozapina, olanzapina e zotepina produziram o maior ganho de peso. A confiança nas evidências variou de baixa a moderada. O estudo sugere que as diferenças no ganho de peso foram mais pronunciadas do que os dados anteriormente publicados em estudos de curto prazo e que o ganho de peso é mais pronunciado no início do tratamento, mantendo-se estável depois.
Artigo: Metabolic side effects in persons with schizophrenia during mid- to long-term treatment with antipsychotics: a network meta-analysis of randomized controlled trials – World Psychiatry (gratuito por tempo limitado)