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Reabilitação/Fisioterapia

Suporte Nutricional em Pacientes em UTI: Perspectivas Atuais e Recomendações

6 Jan, 2025 | 11:00h

Introdução: Este texto resume um artigo de revisão sobre suporte nutricional em pacientes críticos, publicado no BMJ em 2025. A revisão discute a importância de individualizar a nutrição durante a internação em UTI, considerando a fase aguda e a fase de recuperação do paciente. O estado crítico leva a catabolismo acentuado, perda muscular e fraqueza persistente, ressaltando a relevância de estratégias nutricionais bem definidas. Entretanto, pesquisas recentes questionam a prática tradicional de fornecer altos níveis de calorias e proteínas precocemente. Também se enfatiza que, embora a nutrição seja essencial, somente a terapia nutricional pode não ser suficiente para reverter completamente a perda muscular e promover recuperação funcional.

Principais Recomendações:

  1. Abordagem Individualizada: Avaliar riscos nutricionais e fases da doença para definir a quantidade de calorias e proteínas. Evidências recentes sugerem benefícios de restrição moderada de calorias e proteínas na fase aguda do choque ou falência de múltiplos órgãos.
  2. Rotas de Alimentação: Dar preferência à nutrição enteral em pacientes sem contraindicações gastrointestinais claras. A nutrição parenteral pode ser usada quando o trato gastrointestinal não estiver funcional ou houver necessidade prolongada de suporte.
  3. Dose de Macronutrientes: Evitar superalimentação na primeira semana de doença crítica, especialmente quando há instabilidade hemodinâmica ou evidências de hipercatabolismo. Estudos grandes e recentes não mostraram vantagem de atingir metas altas de calorias ou proteínas muito cedo.
  4. Micronutrientes e “Farmaconutrientes”: Suplementações específicas (por exemplo, glutamina, antioxidantes, vitaminas e oligoelementos) não demonstraram benefícios claros em estudos robustos. A reposição deve seguir as recomendações diárias usuais, levando em conta perdas adicionais (por exemplo, diálise contínua).
  5. Monitoramento e Ajuste: Ferramentas de triagem como NUTRIC ou NRS-2002 podem ajudar na avaliação de risco, mas ainda faltam biomarcadores confiáveis para guiar decisões durante cada fase da doença. A supervisão de uma equipe multiprofissional (médicos, enfermeiros, nutricionistas e fisioterapeutas) otimiza a implementação e continuidade do plano nutricional.
  6. Reabilitação Focada: Combinar a nutrição com fisioterapia e outras abordagens de reabilitação, estendendo-se após a alta da UTI, pode melhorar a qualidade de vida, a função física e o retorno às atividades habituais no longo prazo.

Conclusão: O suporte nutricional é fundamental no tratamento do paciente criticamente enfermo, mas sua implementação deve ser dinâmica, ajustada ao momento clínico. Evidências atuais indicam que uma oferta mais cautelosa de calorias e proteínas nos primeiros dias, seguida de progressão gradual conforme o paciente se estabiliza, pode reduzir complicações e acelerar a recuperação. Pesquisas futuras devem enfocar marcadores de catabolismo e anabolismo, estratégias personalizadas de alimentação e a integração entre nutrição e reabilitação para melhorar a evolução funcional e a qualidade de vida.

Referência: Reignier J, Rice TW, Arabi YM, Casaer M. Nutritional Support in the ICU. BMJ. 2025;388:e077979. Disponível em: https://doi.org/10.1136/bmj-2023-077979

 


Revisão: Manejo Não Cirúrgico da Insuficiência Venosa Crônica

19 Dez, 2024 | 13:47h

Introdução: Este é um resumo de uma revisão sobre o manejo não cirúrgico da insuficiência venosa crônica, uma condição comum caracterizada por hipertensão venosa persistente, levando a sintomas como edema, varizes, alterações cutâneas e úlceras venosas. O foco principal é abordar fatores estruturais e funcionais que contribuem para a doença, considerando intervenções clínicas e comportamentais que podem melhorar a qualidade de vida e reduzir a progressão dos sintomas.

Principais Recomendações:

  1. Abordagem Multifatorial: Avaliar e manejar tanto causas estruturais (por exemplo, refluxo venoso segmentar) quanto funcionais (obesidade, fraqueza muscular, hipertensão venosa central).
  2. Terapia Compressiva: Recomendar o uso de meias de compressão graduada ou bandagens, ajustando o nível de compressão (geralmente entre 20-30 mm Hg ou maior) conforme tolerância e necessidade, visando reduzir edema e melhorar sintomas.
  3. Redução da Pressão Venosa Central: Incentivar a perda de peso em pacientes obesos, avaliar e manejar fatores como apneia obstrutiva do sono e disfunção diastólica cardíaca, evitando o uso excessivo de diuréticos.
  4. Exercícios e Elevação de Pernas: Orientar exercícios específicos para fortalecimento da musculatura da panturrilha e do pé, bem como a elevação frequente das pernas, a fim de melhorar o retorno venoso.
  5. Avaliação de Medicamentos Indutores de Edema: Realizar reconciliação medicamentosa, considerando que fármacos como bloqueadores de canal de cálcio e gabapentinoides podem contribuir para o edema.
  6. Intervenções Estruturais Seletivas: Em casos com refluxo venoso significativo associado a sintomas, considerar procedimentos endovenosos ou cirúrgicos como ablações, escleroterapia ou flebectomia, especialmente em presença de úlceras venosas não cicatrizantes.

Conclusão: O manejo não cirúrgico da insuficiência venosa crônica envolve intervenções clínicas, comportamentais e compressivas, buscando reduzir a hipertensão venosa e melhorar o retorno venoso. Abordar tanto aspectos estruturais quanto funcionais é essencial para otimizar sintomas, promover cicatrização de úlceras e melhorar a qualidade de vida do paciente.

Referência: Fukaya E, Kolluri R. Nonsurgical Management of Chronic Venous Insufficiency. N Engl J Med. 2024;391:2350–2359. DOI: https://doi.org/10.1056/NEJMra2305443

 


SR | Intervenções ambientais podem reduzir quedas em idosos de alto risco

14 Mar, 2023 | 13:00h

Resumo: Quedas e lesões relacionadas a quedas são comuns entre os idosos e podem ter consequências graves, como limitação de atividades ou institucionalização. A revisão Cochrane teve como objetivo avaliar os efeitos das intervenções ambientais, modificações em casa e educação para prevenir quedas em idosos que vivem na comunidade.

A revisão incluiu 22 ensaios clínicos randomizados de 10 países envolvendo 8.463 idosos que residem na comunidade. O estudo observou que, em pessoas com maior risco de queda, as intervenções para reduzir riscos em casa, como avaliar os riscos potenciais de quedas e implementar adaptações de segurança ou estratégias comportamentais, podem reduzir a taxa de quedas em 26% e o número de pessoas que experimentam uma ou mais quedas em 11%.

Por outro lado, o estudo não observou uma redução na taxa de quedas quando as intervenções não foram direcionadas para indivíduos com maior risco. Além disso, o estudo encontrou poucas evidências de que essas intervenções possam ter impacto na qualidade de vida relacionada à saúde, no risco de fraturas relacionadas a quedas, em hospitalizações decorrentes de quedas ou na taxa de quedas que requerem atenção médica.

Artigo: Environmental interventions for preventing falls in older people living in the community – Cochrane Library

Resumo: Reducing fall hazards within the environment – Cochrane Library (link para o Google Tradutor)

Editorial: Preventing falls in older people: the evidence for environmental interventions and why history matters – Cochrane Library (link para o Google Tradutor)

Comentário: Preventing falls in older people: new evidence on what helps – Evidently Cochrane (link para o Google Tradutor)

 


M-A | Idade, tempo de intubação traqueal, traqueostomia e escore APACHE II são fatores de risco para disfagia pós-extubação em pacientes em UTI

13 Mar, 2023 | 13:58h

Resumo: A disfagia pós-extubação é uma complicação comum em pacientes em UTI que foram submetidos a intubação e ventilação mecânica, levando a risco de aspiração e pneumonia.

A revisão incluiu 15 estudos envolvendo 50.669 pacientes e observou que idade, duração da intubação traqueal, traqueostomia e pontuação APACHE II foram fatores de risco significativos para disfagia pós-extubação.

Ao identificar esses fatores de risco, os clínicos podem identificar melhor os pacientes com risco de desenvolver disfagia após a extubação e tomar medidas para prevenir e gerenciar a condição.

Artigo: Risk factors for post-extubation dysphagia in ICU: a systematic review and meta-analysis – Medicine (link para o Google Tradutor)

 


Revisão | Complicações neurológicas da sepse

22 Fev, 2023 | 12:15h

Resumo: Este artigo aborda os últimos desenvolvimentos em prevenção, diagnóstico e tratamento da encefalopatia associada à sepse (EAS) e da fraqueza adquirida na UTI (FAUTI). O diagnóstico de EAS é clínico, com suporte de EEG e neuroimagem. O tratamento envolve a identificação precoce e o tratamento de infecções e disfunção de órgãos. A FAUTI é causada pela sobreposição entre polineuropatia da doença crítica, miopatia da doença crítica e atrofia muscular por desuso. Afeta todos os membros e músculos respiratórios e está associada a prolongamento da internação hospitalar, aumento de custos e mortalidade tanto em curto quanto em longo prazo. A recuperação costuma ocorrer em semanas ou meses, mas casos graves podem resultar em comprometimentos funcionais persistentes.

Artigo: Neurological complications of sepsis – Current Opinion in Critical Care (link para o Google Tradutor)

 


Lesões multiligamentares de joelho: tratamento agudo, lesões associadas e retorno antecipado às atividades

23 Jan, 2023 | 12:59h

Multiligamentous Knee Injuries: Acute Management, Associated Injuries, and Anticipated Return to Activity – Journal of the American Academy of Orthopaedic Surgeons (gratuito por tempo limitado)

 


M-A | Efetividade da reabilitação geriátrica ambulatorial após reabilitação geriátrica hospitalar ou internação

16 Jan, 2023 | 10:36h

Effectiveness of outpatient geriatric rehabilitation after inpatient geriatric rehabilitation or hospitalisation: a systematic review and meta-analysis – Age and Ageing

 


Diretriz | Dor lateral no cotovelo e comprometimentos da função muscular.

6 Dez, 2022 | 12:01h

Lateral Elbow Pain and Muscle Function Impairments – Journal of Orthopaedic & Sports Physical Therapy

 


Estudo randomizado | O papel do treinamento muscular do assoalho pélvico na síndrome da ressecção anteroinferior.

6 Dez, 2022 | 11:43h

The Role of Pelvic Floor Muscle Training on Low Anterior Resection Syndrome: A Multicenter Randomized Controlled Trial – Annals of Surgery

 


M-A | Efetividade de exercícios feitos em casa e entregues via telemedicina em idosos.

28 Nov, 2022 | 14:48h

Effectiveness of home-based exercise delivered by digital health in older adults: a systematic review and meta-analysis – Age and Ageing

 

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