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Recomendações de 2025 da ASA para Cuidados Perioperatórios em Idosos Submetidos a Cirurgias Hospitalares

23 Dez, 2024 | 17:30h

ntrodução: Este resumo apresenta uma diretriz da American Society of Anesthesiologists (ASA) sobre o manejo de pacientes com 65 anos ou mais submetidos a cirurgias hospitalares. O foco recai em cuidados pré, intra e pós-operatórios com ênfase na redução de complicações, sobretudo neurocognitivas (delirium e declínio cognitivo), e na preservação da independência funcional desses pacientes.

Principais Recomendações:

  1. Avaliação pré-operatória expandida:
    • Considerar rastreamento de fragilidade, função cognitiva, estado nutricional e aspectos psicossociais.
    • Pacientes com comprometimento cognitivo ou fragilidade devem receber cuidados específicos, incluindo equipe multidisciplinar e acompanhamento geriátrico.
    • Evidências de baixa qualidade sugerem menor risco de delirium quando essas avaliações são realizadas, se comparado à avaliação padrão.
  2. Escolha entre anestesia neuraxial ou geral:
    • As evidências não apontam diferença significativa quanto ao risco de delirium.
    • Recomenda-se decidir com base em preferência do paciente, risco-benefício clínico e decisão compartilhada.
  3. Manutenção com anestesia endovenosa ou inalatória:
    • Não há conclusões sólidas de vantagem de um método específico na prevenção de delirium.
    • Dados limitados indicam potencial redução de comprometimento cognitivo a curto prazo (até 30 dias) com anestesia total intravenosa, mas sem diferença consistente em avaliações de longo prazo.
  4. Farmacoprevenção de delirium com dexmedetomidina:
    • Pode reduzir o risco de delirium em idosos, porém há maior risco de bradicardia e hipotensão.
    • A força de evidência é moderada, mas ainda faltam estudos que definam dose e timing ideais para diferentes perfis de risco.
  5. Uso de fármacos com efeitos centrais (benzodiazepínicos, antipsicóticos, anticolinérgicos, etc.):
    • Não há evidências claras que permitam recomendar ou contraindicar seu uso de modo definitivo.
    • Considerar os riscos e benefícios com cautela, especialmente em pacientes frágeis ou com transtornos cognitivos prévios.

Conclusão: As recomendações enfatizam a importância de identificar previamente fraquezas e vulnerabilidades em pacientes idosos submetidos a cirurgias hospitalares. A equipe multidisciplinar e a avaliação geriátrica, quando cabíveis, podem reduzir complicações. Não há preferência absoluta por anestesia geral ou neuraxial nem por agentes de manutenção intravenosa ou inalatórios quanto ao risco de delirium, devendo-se priorizar a decisão compartilhada. O uso de dexmedetomidina pode prevenir delirium em certos grupos, embora seja necessário equilibrar benefícios e efeitos cardiovasculares adversos.

Referência: Sieber F, McIsaac DI, Deiner S, et al. 2025 American Society of Anesthesiologists Practice Advisory for Perioperative Care of Older Adults Scheduled for Inpatient Surgery. Anesthesiology. 2025;142(1):22-51. DOI: https://doi.org/10.1097/ALN.0000000000005172

 


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